O infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, ocorre quando há uma interrupção súbita e intensa do fluxo de sangue em ponto de uma artéria coronária que irriga o coração, ocorrendo a morte de parte do tecido cardíaco (necrose miocárdica). O infarto do miocárdio é a principal causa de morte no mundo ocidental.
Geralmente a causa dessa interrupção do fluxo sanguíneo é um “acidente da placa de ateroma”, ou seja, uma ruptura de uma placa de gordura. Esta ruptura acarreta a formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria. O infarto do miocárdio é uma das manifestações da doença arterial coronariana, doença caracterizada pela formação de ateromas na parede das artérias coronárias.
Conforme o traçado do eletrocardiograma, o médico assistente poderá suspeitar que a artéria causadora do infarto do miocárdio esteja obstruída parcialmente ou totalmente (infarto do miocárdio sem ou com supradesnível do segmento ST no eletrocardiograma).
No primeiro caso não será necessário a realização de um cateterismo cardíaco e cineangiocoronariografia de emergência, pois nessa situação o tratamento inicial será com medicações para tentar dissolver o coágulo (trombo), por meio do uso de medicamentos antiplaquetários e anticoagulantes.
No segundo caso será necessário utilizar uma opção de tratamento que possibilite abrir a artéria totalmente obstruída o mais rápido possível (terapia de reperfusão), desta forma, minimizando a área cardíaca afetada pelo infarto do miocárdio. Para tal, dispomos de duas modalidade de tratamento (estratégias de reperfusão): trombolíticos (administrados de forma injetável através de uma veia no braço, processo chamado de trombólise) e a angioplastia coronariana primária (introdução de um cateter provido de uma balão em sua extremidade até o local obstruído, permitindo assim o restabelecimento do fluxo de sangue).
Angioplastia coronariana de resgate no infarto do miocárdio após insucesso da trombólise
A angioplastia coronariana de resgate é recomendada após insucesso da trombólise nos seguintes casos: resolução do segmento ST menor que 50% no eletrocardiograma de controle aos 90 minutos após o tratamento, recorrência da dor ou reoclusão da artéria responsável pelo infarto do miocárdio.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Autor: Dr. Tufi Dippe Júnior – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Holter (eletrocardiografia dinâmica de 24 horas)
Norman Holter foi um biofísico norte-americano que inventou o monitor Holter em 1949, um aparelho portátil para a monitorização contínua da atividade elétrica do coração por 24 horas ou mais (eletrocardiografia dinâmica). Para a monitorização contínua do traçado eletrocardiográfico é necessário colocar eletrodos na parede…
Cinco bons motivos para você fazer seu check-up cardiológico
Abaixo enumeramos cinco bons motivos para as pessoas realizarem um check-up cardiológico: 1-Prevenção e Detecção Precoce: o check-up cardiológico é essencial para prevenir doenças cardiovasculares e detectar problemas de saúde cardíaca em estágios iniciais. A avaliação médica regular pode identificar fatores de risco, como hipertensão,…