A cirurgia para tratar a obesidade, chamada de cirurgia bariátrica, costuma ser indicada para pacientes com índice de massa corporal ou IMC (calculado dividido o peso pela altura ao quadrado), acima de 40 kg/m² ou em pacientes com valores acima de 30 kg/m², mas com doenças associadas à obesidade, como o diabete melito, hipertensão arterial ou anormalidades do colesterol.
Essa modalidade de tratamento para obesidade vêm crescendo e ganhando uma grande popularidade entre os médicos e pacientes. Em mulheres submetidas à cirurgia bariátrica uma futura gestação parece ter menos riscos para mãe e a criança.
Uma revisão recente avaliou o resultado de vários estudos que incluíram a cirurgia bariátrica em mulheres que posteriormente engravidaram. Em três estudos combinados as taxas de complicações maternas em uma gestação foram menores em mulheres submetidas à cirurgia bariátrica em comparação com mulheres obesas que não realizaram o procedimento. Essas taxas de complicações foram semelhantes nas mulheres submetidas à cirurgia bariátrica quando comparadas às mulheres de um grupo controle, composto de gestantes não obesas.
Esta revisão comparou as taxas de complicação materna em mulheres após cirurgia com banda gástrica ajustável, e em mulheres obesas que não foram submetidas à cirurgia bariátrica. O grupo da cirurgia bariátrica teve taxas menores de diabetes gestacional e de pré-eclampsia. Outros 13 estudos sobre cirurgia bariátrica apresentaram achados semelhantes.
O grupo da cirurgia bariátrica também teve sucesso igual ou maior, nas complicações que podem afetar o recém nascido, em comparação ao grupo de mulheres obesas que não foram submetidas à cirurgia. As taxas de complicações, como parto prematuro, baixo peso ao nascer e macrossomia (crianças grandes), foram menores no grupo das gestantes que foram operadas.
Comparando as pacientes do grupo controle de gestantes não obesas e as pacientes operadas, não houve diferença em relação as complicações do tipo parto prematuro, baixo peso ao nascer e macrossomia. Outros dez estudos confirmaram esses achados, entretanto, estudos sobre nutrição, fertilidade, parto cesariano e contracepção foram limitados.
“As taxas de vários desfechos maternos e neonatais adversos podem ser menores em mulheres que engravidaram após a cirurgia bariátrica em comparação com as taxas de mulheres grávidas que são obesas, no entanto, são necessários mais dados de estudos ”, escreveram os autores da revisão.
Fonte : JAMA.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Holter (eletrocardiografia dinâmica de 24 horas)
Norman Holter foi um biofísico norte-americano que inventou o monitor Holter em 1949, um aparelho portátil para a monitorização contínua da atividade elétrica do coração por 24 horas ou mais (eletrocardiografia dinâmica). Para a monitorização contínua do traçado eletrocardiográfico é necessário colocar eletrodos na parede…
Cinco bons motivos para você fazer seu check-up cardiológico
Abaixo enumeramos cinco bons motivos para as pessoas realizarem um check-up cardiológico: 1-Prevenção e Detecção Precoce: o check-up cardiológico é essencial para prevenir doenças cardiovasculares e detectar problemas de saúde cardíaca em estágios iniciais. A avaliação médica regular pode identificar fatores de risco, como hipertensão,…