A apneia obstrutiva do sono (AOS) caracteriza-se por estreitamento recorrente das vias aéreas superiores.
As consequências desse processo são os roncos, apneias (pausas respiratórias) e hiponeias (respirações superficiais).
A AOS é causa de hipertensão arterial (HA), conhecida como pressão alta, em pessoas normotensas. Sua presença em indivíduos que já são hipertensos, além de agravar os níveis da pressão arterial, também eleva o risco do desenvolvimento de complicações cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral.
Estima-se que cerca de 10% das mulheres e 25% dos homens tenham algum grau de AOS, no entanto, quando analisamos especificamente os pacientes hipertensos, a prevalência do doença ultrapassa os 50%. Além disso, a AOS predispõe ao aparecimento de arritmias cardíacas, piora o perfil lipidico (gorduras circulantes no sangue) e glicêmico (níveis de acúcar no sangue). Por tudo isso, a AOS comporta-se como um fator de risco cardiovascular. São fatores de risco para a AOS: envelhecimento, excesso de peso, sexo masculino e mulheres após a menopausa.
Os sintomas mais comuns da doença são sonolência diurna, sensação de sono não reparador, fadiga, cefaleia matinal, sintomas de refluxo gastroesofágico, noctúria (acordar à noite para urinar), roncos e apneias observados por outra pessoa.
O diagnóstico da AOS é feito por meio da polissonografia, conhecida como “exame do sono”. Casos mais leves da AOS podem ser tratados com a terapia de avanço mandibular, que consiste na confecção de um aparelho dentário específico para esse fim.
Casos moderados ou severos devem ser tratados com uma aparelho que injeta ar nas vias aéreas sob pressão positiva, o chamado de CPAP (derivado do inglês “continuous positive airway pressure”).
O tratamento da AOS reduz a pressão arterial e risco cardíaco, além melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes, que se sentem mais dispostos para fazer suas atividades do dia a dia.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr. – CRM/PR 13700 – Cardiologista de Curitiba.
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