Metade dos pacientes (48%) da primeira clínica pública para dependentes é viciada em mais de uma substância, de acordo com levantamento realizado com os 96 internados na Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas de São Bernardo (Uniad – campus São Bernardo do Campo).
As drogas usadas mais comuns são cocaína, crack, maconha, álcool e cigarro. A predominância de múltiplas substâncias se deve ao fácil acesso, adicionada às características de comportamento dos pacientes, associadas à impulsividade e compulsões diversas (sexo, jogos, compras).
Entre os pacientes, 37% apresentaram grau de dependência grave de álcool e 30% leve. Em 38% dos casos, os pacientes apresentaram grau de problemas relacionados ao uso de drogas em nível severo e 2%, em nível leve. Dos 96 pacientes em tratamento, 75% tiveram alta clínica e apenas 3% abandonaram o tratamento.
O levantamento mostra que 41% dos internados estavam desempregados, 55% são solteiros, 30% possuem ensino médio completo e 7% têm ensino superior completo. Em relação à situação financeira, 29% possuem renda familiar entre dois e três salários mínimos e 21%, acima de cinco salários mínimos. A faixa etária média dos pacientes é de 34 anos.
Entre as comorbidades, os pacientes apresentam transtorno afetivo bipolar, transtornos de personalidade, depressão recorrente, esquizofrenia, jogo patológico, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
O tratamento na clínica é gratuito e os pacientes são encaminhados pelos prontos-socorros, UBS, serviços ambulatoriais, enfermaria psiquiátrica de hospital geral ou Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Os pacientes recebem tratamento multidisciplinar, que conta com terapeutas ocupacionais, nutricionista, educador físico, psiquiatras, psicólogos, conselheiros em dependência química, enfermagem, serviço social, entre outros.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de SP(2009).
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