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Como diferenciar o coração de atleta da cardiomiopatia hipertrófica?
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Como diferenciar o coração de atleta da cardiomiopatia hipertrófica? 

A primeira descrição médica do chamado “coração de atleta” foi feita por Henschen, logo após a primeira olimpíada da era moderna, em 1896, ao examinar corredores de esqui “cross-country” na neve.

Em atletas de alto rendimento poderão desenvover uma hipertrofia miocárdica (espessamento da parede muscular do coração), uma das características do coração de atleta, e que não configura uma doença. Essa hipertrofia ventricular é um mecanismo de adaptação ao esforço intenso e repetitivo. Essas alterações geralmente desaparecem com o descondicionamento físico e não devem ser encaradas como contraindicação para atividade física competitiva.

O coração de atleta deve ser diferenciado de outras patologias que cursam com hipertrofia miocárdica, em especial a cardiomiopatia hipertrófica (doença genética que leva a um espessamento anormal da parede do ventrículo esquerdo, principalmente do septo interventricular, estrutura muscular que separa os ventrículos esquerdo e direito).

Abaixo enumeramos alguns parâmetros que diferenciam o coração de atleta (CA) da cardiomiopatia hipertrófica (CMH), doença que contraindica a prática desportiva:

-Clínicos: histórico familiar positivo na CMH e negativo no CA; antecedentes de atividades desportivas no CA; as alterações do CA são reversíveis com a descontinuidade da prática de exercícios, já nos pacientes com CMH isso não ocorre, além disso, esses podem apresentar limitação (cansaço) para a prática de exercícios.

-Eletrocardiograma e teste ergométrico: eletrocardiograma sem alterações com características patológicas no CA (observamos bradicardia sinusal, bloqueio atrioventricular de primeiro grau, perturbação da condução do ramo direito, por exemplo), já na CMH alterações patológicas são comuns. No teste ergométrico, nos casos de CA o consumo máximo de oxigênio costuma ser elevado (acima de 50 ml/kg/minuto).

-Ecocardiograma: é o exame mais útil. Dados analisados:

*Septo interventricular: menor que 16 mm no CA e  maior que 16 mm na CMH.

*Relação septo interventricular/parede posterior do ventrículo esquerdo: menor que 1,3 no CA e maior que 1,3 na CMH.

*Função diastólica (relaxamento do ventrículo esquerdo): normal no CA e diminuída na CMH.

*Cavidade do ventrículo esquerdo: maior que 55 mm no CA e menor que 45 mm na CMH.

*Tamanho do átrio esquerdo: normal no CA e aumentado na CMH.

Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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