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O diet que engorda com os anos 

O estudo mostra que o tiro pode sair pela culatra quando os pais resolvem dar para os seus filhos alimentos dietéticos durante a infância na tentativa de que eles não se tornem obesos. Isso porque o organismo, segundo a pesquisa, teria a capacidade de reconhecer os alimentos menos calóricos por causa do gosto diferente dos que não são dietéticos. Desta forma, o organismo pode passar a exigir que a criança ingira uma quantidade cada vez maior de comida. E, assim, é possível adquirir o peso extra ao longo do tempo.

Porém, ninguém precisa ficar ansioso e sair jogando no lixo qualquer produto diet que estiver guardado na dispensa. Como dito anteriormente, o estudo foi feito com uma série de experimentos diferentes em ratos e ainda não está comprovado que a situação é a mesma em humanos, apesar das probabilidades serem grandes. Os pesquisadores observaram que quando ratos com pouca idade, a equivalente das crianças, receberam uma dieta baseada em alimentos menos calóricos, na idade adulta eles passaram a se alimentar com um volume muito maior de comida. Dessa forma, eles adquiriam o peso extra.

Contudo, esse estudo aponta uma outra curiosidade. Os pesquisadores também constataram que quando outro grupo de ratos foi alimentado com alimentos normais, sem a quantidade reduzida de calorias, durante a infância e passaram a receber alimentos dietéticos na adolescência, eles não adquiriram o hábito de comer excessivamente na vida adulta.

Nos últimos anos, a obesidade se tornou um complexo problema que até explicações genéticas foram propostas. A facilidade para adquirir peso extra seria devido a vida sedentária da maioria das pessoas e a ingestão de alimentos com teor calórico elevado. Mas por que preferimos comer esse tipo de alimento em vez de termos uma dieta saudável? Umas das explicações fascinantes é a de que, durante a escala evolutiva, aqueles que geneticamente tinham mais facilidade para comer alimentos calóricos e, dessa forma, armazenar mais energia no corpo, eram favorecidos pela seleção natural. Os ancestrais humanos com essa característica conseguiam ficar mais tempo sem se alimentar. Isso em um período onde os alimentos eram escassos. Por outro lado, quem não tolerava esse tipo de alimentação era mais fraco e se tornava uma presa mais fácil para os predadores. Assim, ao que tudo indica, essas características genéticas podem ter sido reduzidas a um número mínimo de descendentes. E a grande maioria seria de pessoas com características genéticas com facilidade para adquirir e armazenar energia.

Agora, para que armazenar energia se ela não é gasta? É aí que está o problema. Ingerimos calorias demais e gastamos de menos. Depois, tentamos inventar formas de driblar essa situação, mas nem sempre elas são bem sucedidas como sugere o estudo feito pelos pesquisadores canadenses. Para evitar esse acúmulo de peso extra, a melhor forma é ter hábitos alimentares saudáveis. Principalmente desde a infância, pois já temos um estímulo genético para darmos preferência aos alimentos ricos em calorias. E também é certo que uma alimentação saudável traz muito mais equilíbrio para o corpo.

Arlindo Aburad é dentista e doutor em Patologia Bucal pela USP e patologista bucal do Ceope – Centro Estadual de Odontologia Para Pacientes Especiais

 

 

 Fonte: A Gazeta – http://www.gazetadigital.com.br/

 

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