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Quem não pode usar Viagra ou outros medicamentos similares?
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Quem não pode usar Viagra ou outros medicamentos similares? 

Embora a atividade sexual não demande uma sobrecarga acentuada ao coração (equivale a subir dois lances de escada), as elevações do batimento cardíaco e da pressão arterial durante o ato sexual  podem ser um gatilho para um evento cardíaco, como infarto do miocárdio,  arritmia cardíaca ou até a morte súbita.  Devemos salientar que esses eventos cardíacos são raros após atividade sexual.

Lembramos que os fatores de risco para a doença cardíaca são os mesmos fatores de risco para a disfunção erétil: idade, hipertensão arterial, tabagismo, diabete melito, colesterol elevado, obesidade, sedentarismo, estresse, etc.

Os medicamentos do grupo do Viagra (inibidores da fosfodiesterase, sendo o Cialis, Heleva, Levitra, Tada, Vivanza outros exemplos deste grupo), revolucionaram o tratamento da disfunção erétil, estando atualmente entre os medicamentos mais prescritos em todo o mundo. Essas medicações levam a uma dilatação dos vasos da região genital, melhorando a ereção peniana.

Uso de nitratos

O uso de medicamentos do grupo dos nitratos (Isordil, Cincordil, Monocordil, Sustrate, Vasclin, entre outros) é uma contraindicação absoluta para o uso de medicamentos do grupo do Viagra, visto que a utilização concomitante desses dois tipos de medicamentos poderá levar a uma grave queda da pressão arterial (hipotensão arterial), pois ambos são medicamentos vasodilatadores.

Pacientes que podem usar Viagra e similares

São os assintomáticos, portadores de menos de três fatores de risco para doença arterial coronária (excluindo sexo masculino, obviamente), aqueles com hipertensão arterial controlada, angina do peito estável leve, aqueles submetidos a revascularização miocárdica (cirurgia de ponte de safena ou angioplastia coronoriana) com sucesso, pacientes com infarto do miocárdio passado não complicado, arritmias controladas, portadores de doença valvar leve a moderada, insuficiência cardíaca (coração fraco) sem disfunção do ventrículo esquerdo e/ou em classe funcional I (falta de ar apenas aos grandes esforços).

Esses pacientes  podem ser encorajados para recomeçar a atividade sexual ou receber tratamento para disfunção sexual imediatamente .

Pacientes que podem usar Viagra e similares, mas apenas após uma avaliação cardiológica

São os portadores de três ou mais fatores de risco para doença arterial coronária (excluindo gênero masculino, obviamente), presença de angina do peito estável moderada , pacientes com infarto do miocárdio recente (ocorrido entre duas e seis semanas), portadores de disfunção de ventrículo esquerdo e/ou insuficiência cardíaca congestiva classe funcional II (falta de ar aos médios esforços), sequela não cardíaca de doença aterosclerótica (derrame cerebral e/ou doença vascular periférica).

Esses indivíduos devem realizar uma avaliação cardiológica criteriosa antes de recomeçar a atividade sexual, a qual poderá incluir exames de sangue,  ecocardiograma, teste ergométrico, entre outros exames.

Pacientes que  não podem usar Viagra e similares 

São pacientes de alto risco cardiovascular: presença de angina instável ou refratária ao tratamento, hipertensão arterial não controlada, insuficiência cardíaca congestiva grave  (falta de ar aos mínimos esforços ou ao repouso), infarto recente (menos de duas semanas), arritmias de alto risco (fibrilação atrial com elevada resposta ou arritmias ventriculares complexas), cardiomiopatias graves (doenças do músculo cardíaco), doença valvar moderada a grave.

Nesses pacientes a atividade sexual pode constituir um risco significativo, devendo a mesma ser postergada até a estabilização da condição cardíaca, como medicamentos ou procedimentos como angioplastia coronariana, cirurgia de revascularização, troca de válvula, entre outros.

A liberação do cardiologista é necessária antes de se reassumir uma vida sexual ativa, pois, nessas circunstâncias, o risco é significativamente maior.

Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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