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Tabagismo em mulheres 

O progressivo aumento dos casos de DPOC em mulheres tem modificado o estereótipo de que essa doença estaria  ligada ao homem idoso. No sexo feminino, a doença se desenvolve com menor exposição tabagística, sendo mais precoce, mais grave e com crescente projeção da taxa de mortalidade. Nos Estados Unidos, a prevalência de câncer apresentou rápida elevação nas mulheres e, mais recentemente, apresenta tendência à estabilidade.

As mulheres que desenvolvem câncer de pulmão têm menor faixa etária, fumam um menor número de cigarros e inalam menos  profundamente do que os homens. Já foi demonstrado um risco aumentado de câncer de pulmão em mulheres japonesas não-fumantes cujos maridos fumavam. O risco de infarto do miocárdio, osteoporose e fratura está aumentando em mulheres com idade inferior a 45 anos que fumam maior número de cigarros.

O uso da imagem feminina como alvo da publicidade de cigarros tem sido um fator decisivo para o aumento global da  prevalência de tabagismo entre as mulheres. As peças publicitárias exploram valores e aspectos característicos do  universo feminino: padrões de comportamento, distúrbios de humor, modismos, crenças, expectativas sobre o peso, conquistas sociais, etc…

Outras questões que interferem na abordagem do tabagismo nas mulheres: o metabolismo da nicotina é mais lento, as bases genéticas de resposta à nicotina nos centros nervosos são diferentes e os principais sintomas da síndrome  de abstinência são mais freqüentes nas mulheres. As mulheres fumam mais cigarros com menores teores de nicotina, recebem mais aconselhamento médico e acreditam mais no fato de o tabagismo causar câncer.

Entre os motivos para fumar, referem maior sensação de prazer e relaxamento e, como obstáculos à cessação, citam o  medo de ganho ponderal e a dificuldade para lidar com o estresse sem o cigarro.

Deve-se considerar, portanto, durante a abordagem da mulher fumante, as recomendações específicas a esta população:

-Monitorar os sintomas referidos (depressão e ansiedade);

-Reforçar medidas (reorientação alimentar, exercícios) para evitar ganho de peso além do esperado;

-Considerar estratégias específicas na abordagem comportamental visando aumentar a motivação e o desenvolvimento de habilidades;

-Personalizar (individualizar) a abordagem medicamentosa;

-Monitorar o uso de anticoncepcional oral;

-Avaliar a presença de fatores de risco cardiovasculares;

-Considerar o impacto da cessação na fertilidade, nos aspectos físicos (aceleração do envelhecimento), na menopausa e na osteoporose precoces;

-Alertar para os riscos maternos e fetais ao planejar a gravidez.

Autor: Jonas Reichert e colaboradores.

Fonte:Diretrizes para  Cessação do Tabagismo – Jornal Brasileiro de Pneumologia.

 

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