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Valvuloplastia por cateter balão
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Valvuloplastia por cateter balão 

A valvuloplastia por cateter balão é a dilatação do orifício de uma válvula cardíaca estreitada, por meio de um cateter provido de um balão em sua extremidade. Este cateter é introduzido até o coração a partir de um vaso sanguíneo localizado na virilha.

Esta técnica costuma ser indicada no tratamento da estenose (estreitamento) da válvula mitral, cuja principal causa é a moléstia reumática ou febre reumática e, mais raramente, na estenose (estreitamento) da válvula aórtica.

A válvula mitral separa o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo. Na estenose da válvula mitral, antes de indicar o procedimento, o cardiologista precisa avaliar se anatomia da válvula cardíaca estreitada é favorável para o procedimento. Por meio do ecocardiograma calcula-se o escore de Wilkins, o qual leva em conta algumas características da válvula doente, como  seu espessamento, calcificação, mobilidade e o aparelho de sustentação da válvula. Cada um desses ítens gera uma pontuação de 1 até 4, logo, o escore de Wilkins poderá variar de 4 até 16 pontos.

Indicações

A principal indicação da valvuloplastia por cateter balão é o tratamento da estenose mitral grave causada pela moléstia reumática.

Indicações na estenose mitral: sintomas classe funcional II–IV (presença de falta de ar com pequenos esforços ou até no estado de repouso) e/ou fatores complicadores (como pressão sistólica pulmonar em repouso maior ou igual a 50 mmHg ou presença de fibrilação atrial); escore de Wilkins igual ou menor que 8 (aparelho de sustentação da válvula e calcificação igual ou menor que 2); em gestantes ou pacientes com alto risco cirúrgico, considerar se o procedimento se o escore de Wilkins for de até 10 (aparelho de sustentação da válvula e calcificação igual ou menor que 2).

Contraindicações

Trombo em átrio esquerdo (coágulo localizado na câmara cardíaca superior e esquerda do coração), insuficiência mitral moderada ou grave associada, e fenômeno embólico recente (liberação de um coágulo sanguíneo do coração em direção ao cérebro ou uma artéria periférica).

Orientações antes do procedimento

É necessário um jejum de pelo menos seis  horas. O paciente deverá comparecer no hospital com um acompanhante, preferencialmente um familiar. Medicamentos de uso contínuo não devem ser suspensos, com exceção dos anticoagulantes (pelo risco de sangramento) e da metformina (medicamento para o diabete melito que pode potencializar uma lesão renal induzida pelo contraste que é usado durante o procedimento).

Pacientes alérgicos ao contraste devem avisar o médico assistente para que certas medicações sejam administradas antes do exame, visando diminuir o risco de reações alérgicas mais graves.

Técnica de realização

O paciente é sedado e anestesiado antes do procedimento (anestesia geral de curta duração). Um cateter especial é introduzido até o coração através de em uma vaso sanguíneo localizado na virilha.

Este cateter posteriormente é encaminhado até o orifício estreitado da válvula. Depois faz-se uma dilatação do orifício dessa válvula, visando melhorar a passagem do sangue pelo mesmo. O risco de complicações grave durante o procedimento costuma ser muito pequeno.

Após o procedimento o paciente deverá permanecer com a perna esticada por algumas horas, para minimizar os riscos de sangramentos no local do acesso vascular. A alimentação poderá ser liberada, assim que o paciente estiver bem acordado após a anestesia.

O tempo de internação costuma ser de um dia. Dois a três dias após o procedimento o paciente já pode retomar a sua vida normal, desde que o procedimento tenha transcorrido sem complicações.

Complicações

Complicações graves durante o procedimento não são frequentes. As mais comuns são os sangramentos no local onde o cateter balão é introduzido. Mais raramente poderá surgir uma insuficiência da válvula mitral (a válvula passa a não fechar corretamente, deixando passar  sangue na hora em que deveria estar totalmente fechada).

A ocorrência de sangramentos no coração, com a possibilidade de um tamponamento cardíaco (acúmulo de sangue em torno do coração, dentro da membrana que envolve o coração, chamada de pericárdio) é incomum.

Estenose aórtica

Através da válvula aórtica o sangue sai do coração e segue em direção ao cérebro e o restante do corpo. Essa é a válvula de saída do coração.

Na estenose aórtica, ou seja, o estreitamento dessa válvula, essa modalidade de tratamento não costuma produzir bons resultados nessa doença.

Pode ser indicada em pacientes com estenose aórtica grave sintomática que precisam melhorar sua condição para uma cirurgia não cardíaca de risco ou naqueles em que a cirurgia de troca de válvula está contraindicada. Em crianças a valvuloplastia da válvula aórtica pode trazer bons resultados.

Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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