A cirurgia bariátrica, realizada em centro especializado, deve ser considerada em pacientes obesos mórbidos (índice de massa corporal, chamado de IMC, maior que 40 kg/m2) resistentes ao tratamento clínico ou em obesos com IMC maior que 35 kg/m2, associado a outras doenças, como hipertensão arterial, anormalidades do colesterol e de suas frações (dislipidemias) ou diabete melito.
As principais técnicas utilizadas são as cirurgias que reduzem o tamanho do estômago com ou sem a ligação deste com o intestino.
Um recente estudo sugere que a cirurgia bariátrica com gastrectomia (diminuição do estômago) e ligação com o intestino (derivação gástrica), usando a técnica de Y de Roux, parece aumentar o risco de litíase renal (pedras nos rins) de oxalato de cálcio após o procedimento.
Pesquisas prévias demonstraram um risco elevado de litíase renal com a técnica de derivação jejunoileal, uma operação bariátrica que tem sido substituída por outros procedimentos.
Os autores do estudo da universidade de Minnesota (Estados Unidos) avaliaram 24 pacientes obesos mórbidos submetidos à derivação gástrica em Y de Roux entre dezembro de 2005 até abril de 2007.
Os níveis de oxalato de cálcio foram analisados por coleta de urina sete dias antes e 90 dias depois da cirurgia. A derivação gástrica em Y de Roux foi associada a uma maior excreção pela urina de oxalato de cálcio. Os pesquisadores não encontraram nenhum fator pré-operatório predisponente para este fato.
Os autores concluem que, adotar medidas preventivas, como aumento da ingestão de líquidos e limitação da ingestão de oxalato de cálcio devem ser implementadas entre os candidatos a essa modalidade de cirurgia bariátrica.
Fonte: Journal of the American College of Surgeons.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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