Pacientes com e sem história de autoagressão antes da cirurgia bariátrica estavam sob maior risco dessas complicações após o procedimento cirúrgico.
No entanto, a cirurgia bariátrica também foi associada ao aumento da sobrevida em vários estudos observacionais bem-desenhados, de modo que “apesar do achado de um risco aumentado de suicídio, não acreditamos que esses resultados devam desencorajar a indicação da cirurgia bariátrica, pelo menos não sob uma perspectiva de sobrevivência no longo prazo”, escreve o Dr. Martin Neovius, do Karolinska Institute (Estocolmo, Suécia).
É importante ressaltar que, embora o risco relativo de suicídio seja alto, o risco absoluto é baixo, ou seja, 42 suicídios em mais de 117.000 pessoas-anos de seguimento.
“Os resultados desses dois estudos reforçam a importância de avaliações psiquiátricas antes e depois da cirurgia bariátrica”, disse o Dr. Neovius.
Indicações da cirurgia bariátrica, segundo o Conselho Federal de Medicina
O Conselho Federal de Medicina publicou no Diário Oficial da União a Resolução n° 2.131/15 que aumenta o rol de comorbidades (doenças associadas à obesidade) para indicação de cirurgia bariátrica em pacientes com índice de massa corporal (IMC) entre 35 kg/m² e 40 kg/m². O IMC é calculado dividindo-se o peso pela altura ao quadrado (IMC = P/H²).
Agora, além de comorbidades como diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença arterial coronariana, artroses, consta na última resolução a inclusão de doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale e síndrome de hipoventilação), asma grave não controlada, hérnias discais, refluxo gastroesofageano com indicação cirúrgica, colecistopatia calculosa (“pedras na vesícula”), pancreatites agudas de repetição, esteatose hepática (“fígado gorduroso”), incontinência urinária de esforço na mulher, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas e doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática, estigmatização social e depressão.
Fonte: Lancet Diabetes & Endocrinology.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Holter (eletrocardiografia dinâmica de 24 horas)
Norman Holter foi um biofísico norte-americano que inventou o monitor Holter em 1949, um aparelho portátil para a monitorização contínua da atividade elétrica do coração por 24 horas ou mais (eletrocardiografia dinâmica). Para a monitorização contínua do traçado eletrocardiográfico é necessário colocar eletrodos na parede…
Cinco bons motivos para você fazer seu check-up cardiológico
Abaixo enumeramos cinco bons motivos para as pessoas realizarem um check-up cardiológico: 1-Prevenção e Detecção Precoce: o check-up cardiológico é essencial para prevenir doenças cardiovasculares e detectar problemas de saúde cardíaca em estágios iniciais. A avaliação médica regular pode identificar fatores de risco, como hipertensão,…