O HDL-colesterol (High Density Lipoprotein) é um tipo de gordura circulante no sangue que é benéfica em relação ao processo de aterosclerose. Explicando de uma forma simples, o HDL-colesterol ajuda a eliminar a gordura que tende a acumular-se na parede das artérias, processo chamado de aterosclerose.
O infarto do miocárdio e o derrame cerebral são as principais causas de morte na população e, na maioria das vezes, são causados pela aterosclerose.
O HDL-colesterol é um fator de proteção cardiovascular, logo, quanto mais elevado é o seu nível no sangue, menor é a chance de complicações cardiovasculares. Por isso, o HDL-colesterol é chamado de “bom colesterol”. O nível do HDL-colesterol é considerado baixo quando seus valores estão abaixo de 40 mg/dl.
A principal mudança no estilo de vida a ser adotada pelos indivíduos que apresentam o HDL-colesterol baixo é a prática regular de exercícios físicos. A perda de peso e cessação do tabagismo também são de grande importância.
Embora as mudanças nos hábitos alimentares não causem tanto impacto sobre o HDL-colesterol, alguns aspectos devem ser considerados nos indivíduos que apresentam essa fração do colesterol em níveis abaixo do ideal.
-Os ácidos graxos (gorduras) saturados:
Embora estes alimentos elevem o HDL-colesterol, sua restrição reduz o colesterol LDL-colesterol (“colesterol ruim”), que é o principal “vilão” no processo da aterosclerose, por isso, os ácidos graxos saturados devem ser evitados. Para diminuir o consumo dessas gorduras saturadas aconselha-se a redução da ingestão de gordura animal (carnes gordurosas, leite e derivados), de polpa e leite de coco, e de alguns óleos vegetais, como azeite de dendê.
-Os ácidos graxos (gorduras) poli-insaturados ômega 3 e ômega 6:
Os ômega-3 aumentam o HDL-colesterol. Já os ômega-6, reduzem esses valores. Os ácidos graxos ômega-3 são encontrados nos óleos vegetais (soja, canola e linhaça) e em peixes de águas frias (cavala, sardinha, salmão, arenque).
-Os ácidos graxos (gorduras) monoinsaturados:
Estes elevam o HDL-colesterol. Suas principais fontes dietéticas são o óleo de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, amêndoas).
-Os ácidos graxos (gorduras) insaturados na forma trans:
Estes diminuem o HDL-colesterol, devendo ser evitados. A principal fonte de ácidos graxos trans na dieta é a gordura vegetal hidrogenada, utilizada no preparo de sorvetes cremosos, chocolates, pães recheados, molhos para salada, sobremesas cremosas, biscoitos recheados, alimentos com consistência crocante (nuggets, croissants, tortas), bolos industrializados, margarinas duras e alguns alimentos produzidos em redes de “fast-foods”.
– O excesso de carboidratos diminui o HDL-colesterol. Recentemente foi demonstrado que a diminuição de carboidratos simples (açúcares) e o aumento dos complexos (pães e massas) levam à diminuição menos acentuada de HDL-colesterol.
-O álcool eleva os níveis de HDL-colesterol. Essa elevação é dose-dependente: em indivíduos normais, após seis semanas, a ingestão de meia garrafa de vinho por dia (39 gramas de álcool) aumentou 7 mg/dL e a de uma cerveja por dia (13,5 gramas de álcool) aumentou somente 2 mg/dL. Não devemos estimular a ingestão alcoólica com a finalidade de elevar o HDL-colesterol.
-O café diminui o HDL-colesterol.
-Os polifenóis do cacau (como o chocolate amargo) elevam o HDL-colesterol.
Fonte: Arquivos Brasileiros de Cardiologia.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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