Pessoas com diabete melito do tipo 2 são de alto risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em alguns estudos prévios, a mortalidade de pessoas diabéticas sem doença cardiovascular comprovada, é semelhante à mortalidade dos cardiopatas não-diabéticos.
Um estudo populacional realizado no Canadá avaliou uma amostra de 4.376 homens da cidade de Quebec, com idades entre 35 e 65 anos. Esses indivíduos foram acompanhados por cerca de 24 anos (1974 até 1998).
Quatro grupos de indivíduos foram identificados ao longo do tempo: grupo 1 (diabéticos sem doença cardiovascular comprovada); grupo 2 (pacientes que sofreram um primeiro evento cardiovascular, como um infarto do miocárdio, angina instável ou derrame cerebral, mas que não eram diabéticos); grupo 3 (pacientes que eram diabéticos e portadores de doenças cardiovasculares) e o grupo 4 (que eram os controles, ou seja, sem diabete melito e sem doença cardiovascular).
Durantes os 24 anos de acompanhamento do estudo, 137 homens foram diagnosticados como diabéticos sem doença cardiovascular manifesta associada (grupo 1). Um primeiro evento cardiovascular em não-diabéticos ocorreu em 527 homens (grupo 2). O grupo de diabéticos com doença cardiovascular (grupo 3) totalizou 627 homens.
Após as análises estatísticas e as comparações com o grupo de controles (grupo 4), os autores do estudo concluíram que o risco de morte cardiovascular entre diabéticos sem doença cardiovascular (grupo 1), era semelhante ao risco dos cardiopatas não-diabéticos (grupo 2). Estes achados reforçam o conceito que diabéticos do tipo 2 são de alto risco para o desenvolvimento de complicações cardiovasculares, devendo ser submetidos a rigorosas metas de prevenção.
Fonte: CMAJ (2009).
Texto revisado por Nícia Padilha.
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