A parede da aorta é composta por três camadas: íntima (camada interna que fica em contato direto com o fluxo sanguíneo), média e externa. Na dissecção da aorta, o sangue penetra entre as camadas íntima e média, e a alta pressão faz com que mais sangue entre neste espaço, que desloca-se ao longo do comprimento da aorta.
Classificação de DeBakey
-Tipo I: a dissecção se origina na aorta ascendente e se propaga distalmente, acometendo pelo menos o arco aórtico e, tipicamente, a aorta descendente.
-Tipo II: a dissecção está confinada na aorta ascendente (cirurgia normalmente indicada).
-Tipo III:a dissecção se origina na aorta descendente e se propaga distalmente.
Sinais e sintomas
A dissecção aórtica entra no diagnóstico diferencial de dor precordial: mais de 90% dos pacientes queixam-se de dor forte, intensa, “a pior dor que já tiveram”. Raramente, o cenário inicial pode ser insuficiência cardíaca (em geral por tamponamento cardíaco ou insuficiência aguda da válvula aórtica) ou isquemia de ramo, sendo o derrame cerebral (acometimento da carótida) o mais comum. As dicas principais são as clássicas: dor “rasgando o peito”, diferença de pulso e/ou PA entre os membros (> 20 mmHg) e hipertensão.
Diagnóstico
Os sinais e sintomas de uma dissecção aórtica são tão típicos que permitem ao médico estabelecer de pronto o diagnóstico. Observa-se uma redução ou ausência de pulso nos braços e nas pernas, um sopro cardíaco que pode ser auscultado com o estetoscópio, alterações dos batimentos cardíacos e sinais de tamponamento cardíaco.
As imagens da radiografia do tórax mostrarão uma aorta dilatada. A ecocardiograma (exame que avalia as estruturas do coração por meio de ondas de ultrassom) pode mostrar uma dilatação da raiz da aorta e/ou insuficiência da válvula aórtica, mas não confirma o diagnóstico. O ecocardiograma transesofágico (modalidade de ecocardiograma que a sonda é introduzida através do esôfago) é capaz de confirmar o diagnóstico. A angiotomografia da aorta, angioressonância da aorta e a cineangiocoronariografia e cateterismo também podem confirmar o diagnóstico.
Tratamento
As pessoas com uma dissecção aórtica devem ser atendidas numa unidade de cuidados intensivos. A administração de fármacos deve começar o mais cedo possível porque a morte pode ocorrer dentro de poucas horas. O tratamento da dissecção da aorta geralmente requer cirurgia. O médico deve decidir rapidamente se a cirurgia está indicada ou se continuará a terapia com fármacos. Numa dissecção aguda, o médico deve atuar também para evitar as complicações do quadro. Uma terapia analgésica deve ser estabelecida imediatamente porque a condição é muito dolorosa. Os parâmetros circulatórios e respiratórios (pulsação, pressão arterial, batimentos cardíacos, ritmo respiratório, etc.) devem ser monitorados rigidamente.
Como evolui a dissecção da aorta?
O risco da dissecção da aorta é de que a aorta possa romper, levando a uma perda massiva de sangue. As dissecções da aorta que resultam na ruptura do vaso têm uma taxa de 90% de mortalidade. Cerca de 75% das pessoas que sobrevivem de imediato, mas que não recebem tratamento, morrem nas duas primeiras semanas e 40% das tratadas sobrevivem pelo menos 10 anos. Até os anos 60, o prognóstico dos pacientes com dissecção de aorta era catastrófico. Atualmente, entretanto, o prognóstico é um pouco melhor.
Quais são as complicações possíveis da dissecção da aorta?
As complicações da dissecção da aorta são sempre muito graves e envolvem a ruptura do vaso e embolias diversas, com suas consequências.
Sinais e sintomas
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