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Escore de cálcio nas artérias coronárias
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Escore de cálcio nas artérias coronárias 

A aterosclerose é a formação de placas de gordura, chamadas de ateromas, na parede das artérias. A doença arterial coronariana é o processo de aterosclerose que afeta as artérias do coração, conhecidas como artérias coronárias.

O crescimento progressivo dos ateromas nessas artérias pode levar a um prejuízo do fluxo de sangue até o miocárdio (músculo do coração). Este processo é chamado de isquemia miocárdica crônica. O sofrimento do miocárdio devido ao processo de aterosclerose coronariana é conhecido como cardiopatia isquêmica.

Outra complicação grave da aterosclerose é a hemorragia ou rompimento da placa de ateroma, liberando fragmentos que caem na corrente sanguínea, podendo levar a formação de coágulos sobre sua superfície (trombose coronariana). Este “acidente da placa de ateroma” pode obstruir a luz da artéria de uma forma abrupta e intensa. Nesta situação ocorre um prejuízo significativo do fluxo de sangue (isquemia miocárdica aguda), podendo levar a um quadro de angina do peito instável ou infarto do miocárdio, situações potencialmente fatais.

A doença arterial coronariana é a principal causa de morte em todo o mundo, afetando indivíduos de todas as raças. O escore de cálcio (EC) é  capaz de avaliar a presença e a gravidade da doença arterial coronariana.

O escore de cálcio

O escore de cálcio quantifica a calcificação das artérias coronárias, sendo um marcador da presença e extensão da  aterosclerose nessas artérias. É um exame de relativamente rápido, e não exige nenhum preparo específico.

A avaliação do escore de cálcio acrescenta informações no diagnóstico da doença arterial coronariana, complementando outras informações de fatores de risco clínico, podendo alterar e/ou acrescentar condutas, como a meta ideal do “colesterol ruim” (LDL-colesterol).

Assim, aceita-se que o escore de cálcio traga as seguintes informações:

– Um escore de cálcio negativo (igual a zero) indica uma baixa probabilidade de doença arterial coronariana e de eventos cardiovasculares futuros.

– A ausência de escore de cálcio é também indicativa de baixo risco cardíaco em um período de 2-5 anos.

– Um EC positivo (EC maior que zero) confirma a presença de algum grau de doença arterial coronariana.

– Um valor de escore de cálcio alto (maior que 100 ou maior que o percentil 75 para a idade e sexo) significa risco moderado a alto de eventos clínicos em 2-5 anos.

– A medida do escore de cálcio é preditora independente de eventos cardíacos, e acrescenta valor prognóstico (indica o nível de gravidade) em relação aos fatores de risco tradicionais do escore de Framingham e, também, a proteína C reativa (PCR ultrassensível).

– A quantificação do escore de cálcio pode alterar a conduta clínica, pois ajuda a definir a meta ideal do LDL-colesterol.

Limitações do escore de cálcio

O escore de cálcio tem suas limitações e não deve ser utilizado para estimar a presença de obstruções nas artérias para monitoramento de resposta ao tratamento, fase aguda da doença arterial coronariana (exemplo: após um infarto do miocárdio) ou em pacientes que já tenham documentação de uma doença arterial coronariana comprovada. O escore de cálcio poderá estar subestimado em pacientes mais jovens.

Indicações do escore de cálcio

– Pacientes assintomáticos de risco intermediário pelo escore de Framingham (10-20% em 10 anos) ou pelo escore de risco global (homens: 5-20%; mulheres: 5-10% em 10 anos).

– Pacientes assintomáticos de baixo risco pelo escore de risco de Framingham (< 10% em 10 anos) ou pelo escore de risco global (homens ou mulheres: < 5% em 10 anos) e com antecedente familiar de doença arterial coronariana precoce.

– Pacientes diabéticos assintomáticos de baixo risco para estabelecer a meta ideal do LDL-colesterol.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.

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