Um novo estudo, chamado ODYSSEY Outcomes, avaliou 18.924 pacientes de 57 países que haviam apresentado uma síndrome coronariana aguda, popularmente conhecida como ataque cardíaco, num período de quatro semanas até um ano antes do início do estudo.
Todos esses pacientes usavam estatinas (Atorvastatina ou Rosuvastatina) em doses máximas. Por seus efeitos protetores, essas drogas redutoras de colesterol são rotineiramente utilizadas nesse grupo de pacientes, sabidamente de alto risco para novas complicações cardíacas.
O nível de LDL-colesterol (“colesterol ruim”) médio dos participantes era 87 mg/dl (o ideal, segundo as diretrizes médicas, seria abaixo de 50 mg/dl). Os pesquisadores dividiram os pacientes em dois grupos: um grupo recebeu estatina mais placebo (medicamento sem efeito terapêutico), e o outro grupo recebeu estatina mais Alirocumabe a cada 14 dias (uma droga injetável do grupo dos inibidores da PCSK9, nas doses de 75 até 150 mg).
No segundo grupo, ou seja, aquele que utilizou uma estatina mais Alirocumabe, os pesquisadores observaram uma redução adicional média de 60% do LDL-colesterol. Os autores observaram uma redução do risco de 15% no desfecho primário no grupo que usou estatina mais Alirocumabe.
O desfecho primário era composto dos seguintes eventos: morte de causa coronariana, infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral (derrame cerebral) ou internação por angina instável. A redução do risco foi significativamente maior entre os pacientes que no inicio do estudo tinham LDL-colesterol acima de 100 mg/dl. O desfecho secundário foi a redução do risco de morte geral, o qual também foi menor no grupo estatina mais Alirocumabe quando comparado ao grupo estatina mais placebo (3,5% versus 4,1%).
Esse é mais um estudo que enfatiza os benefícios da redução intensa do LDL-colesterol em pacientes de alto risco. Os inibidores da PCSK9, Alirocumabe ou Evolocumabe, são opções de tratamento para os pacientes que já usam estatinas em doses máximas, mas que não conseguem atingir os níveis ideais do LDL-colesterol.
Fonte: American College of Cardiology.
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Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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