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Exercícios físicos em portadores de hipertensão arterial
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Exercícios físicos em portadores de hipertensão arterial 

A prática regular de exercícios físicos  ajuda no controle da hipertensão arterial, sendo preconizada como uma importante etapa do tratamento dos hipertensos.

Além disso, os exercícios físicos também ajudam no controle de outros fatores de risco cardiovascular, como as anormalidade do colesterol, obesidade ou diabete melito.

A pressão arterial sistólica (máxima) durante uma sessão de exercício físico costuma aumentar e, dependendo da intensidade do exercício, pode chegar a valores superiores a 200 mmHg. A pressão arterial diastólica (mínima) durante uma sessão de exercício não costuma aumentar ou aumenta  apenas levemente (até 15 mmHg ), podendo até diminuir.

Um aumento dos valores acima destes níveis (pressão arterial sistólica maior que 220 mmhg ou incremento maior que 15 mmHg na pressão arterial diastólica) são considerados anormais (resposta hipertensiva sistólica e/ou diastólica aos esforços).

Esta resposta hipertensiva é típica dos hipertensos  no entanto, poderá surgir em normotensos, sugerindo que este último grupo de pacientes apresenta uma maior tendência a desenvolver hipertensão arterial no futuro.

Após o término da sessão aeróbica do exercício a pressão arterial costuma  diminuir a um nível inferior ao pré-esforço (efeito agudo imediato). Após algumas semanas de exercício regular, surgem outros dois efeitos da sessão de exercícios sobre a pressão arterial: o efeito agudo tardio (queda da pressão arterial após algumas horas do início do exercício) e o efeito crônico ( queda da pressão arterial entre as sessões de exercícios). Por isso, a prática regular de exercícios físicos faz parte do tratamento dos pacientes portadores de hipertensão arterial.

Comportamento da pressão arterial durante e após uma sessão de exercícios  em hipertensos não tratados

Em geral, estes pacientes se apresentam com pressão arterial elevada antes do início da sessão de exercício físico (pressão arterial  maior ou igual à 140/90 mmHg) e,  ainda, apresentam um aumento excessivo durante o pico do exercício físico. É a chamada resposta hipertensiva mencionada acima. A pressão arterial também costuma demorar a diminuir após o término da sessão do exercício.

Benefícios dos exercícios físicos regulares em hipertensos

Após algumas semanas de exercícios físicos  regulares  o hipertenso se beneficia dos efeitos agudo tardio e efeito crônico sobre a pressão arterial. Estima-se que este último diminua ao longo do tempo a pressão arterial sistólica em 4 a 9 de mmHg. Além disso, a prática regular de exercícios ajudará no combate de outros fatores de risco associados à hipertensão arterial: obesidade, altos níveis de glicemia,  triglicerídeos e colesterol-LDL  (” colesterol ruim”) elevados ou baixos níveis de colesterol- HDL  (” colesterol bom”), as chamadas dislipidemias (anormalidades do colesterol e suas frações).

Outro ganho com o exercício físico é a diminuição do nível de ansiedade e de estresse, melhora da autoestima e de sintomas de depressão.

Prescrição de exercícios físicos em hipertensos

O hipertenso deverá realizar um exercício físico  aeróbico, como caminhar, pedalar, dançar, correr, hidroginástica ou natação, idealmente 4 a 5 vezes por semana (5 vezes nos pacientes que necessitam perder peso).

Recomenda-se ainda a realização de exercícios de resistência (musculação) usando uma carga baixa dos pesos (menos que 50% da carga total), com um número de elevado de repetições para cada grupo muscular.

A duração da sessão principal de exercícios aeróbicos deverá ser de 30 até 60 minutos, além de um período inicial de 5 minutos de aquecimento, 15 minutos de exercícios de resistência e 5 minutos de relaxamento.

A intensidade do exercício deverá ser moderada e calculada a partir da frequência cardíaca máxima prevista (FCM) que é  220 menos a idade (exemplo: um indivíduo de 50 anos terá uma FCM de 170 batimentos por minuto, com um desvi padrão de 11 batimentos para cima ou para baixo).

Recomenda-se uma frequência cardíaca de 50 a 70% da FCM para sedentários, e 60 a 80% da FCM para hipertensos condicionados. O uso de monitores cardíacos é útil para o controle da intensidade do exercício.

Em pacientes que usam betabloqueadores ou bloqueadores dos canais de cálcio, drogas que impedem o aumento da freqüência cardíaca durante a sessão de exercício, deverão utilizar a percepção do cansaço durante o exercício para calcular sua intensidade (sentir cansaço, no entanto, sem ficar muito ofegante, conseguindo falar uma frase inteira enquanto realiza o exercício físico).

A presença de níveis elevados de pressão arterial, como uma pressão arterial sistólica e/ou diastólica igual ou maior que 180/110 mmHg contraindica temporariamente a prática de exercícios físicos.

Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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