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Festas no final de ano: cardíacos podem beber álcool?
Nutrição

Festas no final de ano: cardíacos podem beber álcool? 

As bebidas alcoólicas contém etanol, um açúcar que desempenha diversas ações sobre o sistema cardiovascular. Além disso, o etanol é uma substância calórica (1 grama fornece 7 kcal), podendo aumentar os níveis de ácido úrico, triglicerídeos e glicemia, predispondo ainda ao ganho de peso.

A ingestão regular de bebidas alcoólicas também provoca elevação dos níveis de ácido úrico, sendo que uma ingestão abusiva  poderá deflagar uma crise de gota (inflamação de uma articulação por depósito de cristais de ácido úrico).

No sistema cardiovascular  o etanol pode estimula o sistema elétrico do coração, causando ou agravando arritmias cardíacas. Em relação a pressão arterial, seu efeito costuma ser bifásico, ou seja, num primeiro momento ele reduz a pressão arterial e num segundo tempo causa um certo aumento. Em geral, ingestões leves ou moderadas de álcool  não interferem significativamente na pressão arterial. O mesmo não pode ser dito sobre as ingestões intensas que podem causar elevações agudas e severas da pressão arterial, aumentando inclusive o risco de acidente vascular cerebral hemorrágico (hemorragia cerebral).

Em consumidores regulares de grandes quantias de álcool, o etanol pode causar efeitos tóxicos diretos para o músculo cardíaco (miocárdio), podendo com o tempo  levar a uma miocardiopatia alcoólica dilatada. Em portadores de insuficiência cardíaca (coração fraco)  uma ingestão excessiva de álcool poderá descompensar o quadro desses pacientes.

Em resumo, o paciente cardiopata não deve fazer um uso regular de bebidas alcoólicas, principalmente em grandes quantidades. Nas ocasiões festivas no final de ano, recomendamos limitar a ingestão de álcool em cerca de 30 gramas de etanol por dia: 720 ml de cerveja (cerca de duas latinhas), 240 ml de vinho (cerca de duas taças; essa quantidade vale também para os espumantes, prossecos ou champagne), e  60 ml de destilados (duas doses de uísque ou vodka). Nas mulheres, devido a uma menor superfície corporal, além de um metabolismo do etanol mais lento, recomenda-se metade dessas quantias.

Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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