O consumo de creatina por atletas e praticantes de atividade física, principalmente aqueles que são adeptos aos exercícios resistidos (musculação), visando o ganho de massa e definição muscular, tem crescido vertiginosamente.
Os efeitos adversos desses suplementos continuam sendo alvo de calorosos debates científicos, sobretudo no que se refere à função renal, pois sabemos que em doenças renais, a sobrecarga de proteínas pode levar a uma piora dessas doenças.
Relatos de estudos de casos sugerem que a creatina é um potencial agente tóxico para os rins. Em contrapartida, estudos longitudinais, embora possuam diversas limitações, não confirmam esse achado. Pesquisas com humanos não demonstram efeitos maléficos da suplementação de creatina em relação à função renal, porém a falta de controle experimental e o caráter retrospectivo da maioria delas comprometem as conclusões dos autores.
Já os estudos experimentais com ratos empregam bons marcadores de função renal e ocasionaram a resultados contraditórios. Estudos futuros devem investigar os efeitos da suplementação de creatina em diversas doenças renais, assim como em idosos, diabéticos do tipo 2 e hipertensos, cuja propensão à disfunção renal é bem descrita. Nesse grupo de indivíduos, a suplementação de creatina deve seguir sempre uma orientação médica ou ser evitada.
Não há evidências de que a suplementação de creatina prejudique a função renal em sujeitos sabidamente saudáveis, quando consumida nas dosagens preconizadas. Diante disso, questiona-se a legitimidade científica de tentar proibir o comércio de creatina no Brasil.
Fonte: Revista Brasileira de Medicina do Esporte.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Holter (eletrocardiografia dinâmica de 24 horas)
Norman Holter foi um biofísico norte-americano que inventou o monitor Holter em 1949, um aparelho portátil para a monitorização contínua da atividade elétrica do coração por 24 horas ou mais (eletrocardiografia dinâmica). Para a monitorização contínua do traçado eletrocardiográfico é necessário colocar eletrodos na parede…
Cinco bons motivos para você fazer seu check-up cardiológico
Abaixo enumeramos cinco bons motivos para as pessoas realizarem um check-up cardiológico: 1-Prevenção e Detecção Precoce: o check-up cardiológico é essencial para prevenir doenças cardiovasculares e detectar problemas de saúde cardíaca em estágios iniciais. A avaliação médica regular pode identificar fatores de risco, como hipertensão,…