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Hipertensão arterial associada às doenças da tireoide
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Hipertensão arterial associada às doenças da tireoide 

A  hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, é uma doença de origem multifatorial, ou seja, que apresenta várias causas, geralmente assintomática, e caracterizada pela elevação persistente dos níveis da pressão arterial.

Apenas 3 a 5% dos casos de hipertensão arterial apresenta uma causa definida (hipertensão arterial secundária). Doenças da tireoide podem ser causas secundárias de hipertensão arterial.

A presença da hipertensão arterial aumenta o risco do desenvolvimento de complicações cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (derrame cerebral), infarto do miocárdio (ataque cardíaco), angina do peito, insuficiência cardíaca (falência cardíaca),  doenças da aorta (aneurismas e outras), retinopatia (doença da retina) e a insuficiência renal (falência dos rins).

Hipertensão arterial e doenças da tireoide

A tireoide é uma glândula situada na região cervical (pescoço), cujos hormônios influenciam diversos processos do nosso metabolismo, bem como, o funcionamento do sistema cardiovascular (coração e vasos sanguíneos).  

A regulação da função da glândula tireoide começa em uma região do cérebro, chamada de hipotálamo, a qual libera a secreção do hormônio liberador de tireotrofina (TRH), que por sua vez estimula a síntese e a liberação do hormônio estimulador da tireoide (TSH), pela glândula hipófise.

A secreção do TSH é regulada não apenas pelo TRH, mas também pelos níveis de T4 e T3 livres circulantes no sangue. Estes dois últimos, que são a tiroxina (T4) e a triidotironina (T3), são os hormônios que efetivamente são produzidos pela glândula tireoide, e são responsáveis por suas ações nos processos de nosso metabolismo.

-Hipotireoidismo (deficiência de hormônios da tireoide)

O hipotireoidismo surge quando os níveis de hormônios tireoidianos são insuficientes para suprir as necessidades metabólicas das células.

Laboratorialmente, caracteriza-se pela elevação dos níveis séricos do TSH e pela diminuição dos níveis de T4 livre.

A hipertensão arterial ocorre em 20% dos pacientes com hipotireoidismo, o qual poderá ser a causa isolada da hipertensão arterial ou agravar uma hipertensão arterial pré-existente.

O diagnóstico é feito por níveis elevados de TSH e diminuição gradativa dos níveis de T4 livre. Os achados clínicos mais comuns são ganho de peso, queda de cabelo e fraqueza muscular. O tratamento é iniciado com reposição de hormônio tireoidiano (levotiroxina) e, caso persista a hipertensão arterial, indicam-se os medicamentos anti-hipertensivos.

-Hipertireoidismo (excesso de hormônios da tireoide)

O hipertireoidismo é decorrente do excesso de hormônios tireoidianos circulantes. Laboratorialmente, caracteriza-se por TSH diminuído e T3 e/ou T4 elevados. Uma vez que os hormônios tireoidianos circulam no sangue ligados às proteínas, apenas a fração livre do hormônio é metabolicamente ativa. Podemos encontrar apenas as frações livres de T3 e T4 elevadas, enquanto os níveis séricos do T3 e T4 totais podem estar em níveis normais.

A hipertensão arterial é um achado frequente, e a apresentação clínica é de um quadro hiperadrenérgico (manifestações resultantes da ação excessiva do neuro hormônio  adrenalina).

O hipertireoidismo poderá ser a causa isolada da hipertensão arterial ou agravar a hipertensão arterial pré-existente.

Os principais sintomas são palpitações (percepção anormal dos batimentos cardíacos), tremor, fadiga, intolerância ao calor, hiperatividade, perda de peso e labilidade emocional. Os sinais mais importantes são exoftalmia (protusão dos globos oculares), hipertermia (elevação da temperatura corporal), reflexos exaltados e pele úmida.

O diagnóstico é confirmado por nível baixo de TSH e elevado de T4 livre. O tratamento é em geral acompanhado por normalização da pressão arterial. Os betabloqueadores são os medicamentos de primeira escolha para controlar os sintomas adrenérgicos.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.

“O Portal do Coração adverte: nunca inicie, troque ou suspenda uma medicação sem orientação médica”.

Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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