Por ser uma doença geralmente assintomática, grande parte dos portadores de hipertensão arterial não estão cientes sobre a existência de sua doença.
Uma revisão mostrou que as taxas de conhecimento da doença (22% a 77%), tratamento (11,4% a 77,5%) e controle (10,1% a 35,5%) da pressão arterial também variaram bastante, dependendo da população estudada.
O diagnóstico da hipertensão arterial fundamenta-se na medida da pressão arterial.
Na maioria dos casos, o diagnóstico de hipertensão arterial exige a constatação de uma pressão arterial elevada em diversas consultas. Este diagnóstico poderá ser confirmado por algum exame que avalie a pressão arterial fora do consultório, como o MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial).
De uma forma didática podemos dizer que a pressão arterial sistólica (máxima) resulta do impacto do sangue na aorta após ser ejetado pelo ventrículo esquerdo do coração. A pressão arterial diastólica (mínima) corresponde ao acomodamento desse sangue que foi ejetado na circulação sanguínea. O valor destas duas pressões são expressas em milímetros de mercúrio (exemplo: 132/80 mmHg).
Tanto a pressão arterial sistólica quanto a diastólica quando elevadas aumentam o risco de complicações cardiovasculares. Estas pressões podem elevar-se ao longo da vida, no entanto, após os 50 anos de idade a pressão arterial diastólica para de elevar-se, podendo inclusive diminuir. Logo, em pessoas idosas, na qual as artérias são mais calcificadas e endurecidas, comumente observamos um aumento apenas da pressão arterial sistólica. Esta forma particular de hipertensão arterial é chamada de hipertensão arterial sistólica isolada, ou seja, pressão arterial sistólica igual ou maior que 140 mmHg (grau l, segundo a VII diretriz brasileira de hipertensão arterial) e pressão arterial diastólica menor que 90 mmHg.
Em adultos o risco cardiovascular começa a aumentar a partir de valores da pressão arterial superiores a 115/75 mmHg, por isso, consideramos a pressão arterial ótima quando esta for inferior à 120/80 mmHg.
Classificação da pressão arterial, segundo a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial
– Normal: inferior ou igual 120/80 mmHg.
– Pré-hipertensão: 121-139 / 81-89 mmHg.
– Hipertensão estágio 1: 140-159 / 90-99 mmHg.
– Hipertensão estágio 2: 160-179 / 100-109 mmHg.
– Hipertensão estágio 3: maior ou igual 180 / 110 mmHg.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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