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Morte súbita: 40% dos óbitos podem ser evitados 

Medidas simples realizadas de forma ordenada podem salvar vidas. O socorro imediato no atendimento às vítimas de parada cardiorrespiratória aumenta muito as chances de sobrevida de um paciente. São os primeiros 10 minutos que salvam. Os casos de morte súbita no Brasil ocorrem, em 95% das vezes, fora do ambiente hospitalar. Segundo o Major Emilson, sub-comandante do batalhão de emergências médicas do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, "é preciso desenvolver políticas sérias de orientação e conscientização da população para pedir socorro em uma ocorrência desse tipo. Avisar um profissional de saúde é uma forma tentar ajudar".

A principal causa de morte súbita é a fibrilação ventricular. Dito de forma simples é um descompasso, um coração fora do ritmo. Essa alteração responde por 80% dos óbitos por morte súbita. Segundo o cardiologista Daniel França, Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Seção DF, para reverter esse quadro de parada cardiorrespiratória, a tentativa consiste em restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco com o uso de desfibriladores, aplicando descargas elétricas na vítima. "Em lugares de grandes aglomerações é imprescindível o acesso ao equipamento", ressalta o especialista.

Pessoas sadias, atletas, e mesmo pessoas sem histórico de doenças cardíacas na família também podem ser acometidas por morte súbita. Durante a prática de atividades físicas, por exemplo, a intensa descarga de adrenalina associada ao uso indevido de anabolizantes é um prato cheio para o coração sair do ritmo. O resultado é a falta de oxigenação no cérebro e a conseqüente perda da consciência, primeiro sintoma aparente e que sinaliza a necessidade do socorro imediato. Segundo o médico Osório Rangel, chefe da Cardiologia do Hospital de Base, "o HBDF tem as condições adequadas para prestar o atendimento necessário a tempo e a hora de reverter um quadro de parada cardíaca".

O especialista também ressaltou que o SAMU é quem tem prestado um enorme serviço à população nesses casos. O pronto atendimento e a equipe altamente preparada para prestar os primeiros socorros têm salvado muitas vidas. "A sociedade civil tem que estar preparada para esse tipo de ocorrência. É obrigação dos profissionais de saúde, bombeiros, polícias e governo estarem aliados na conscientização de todos", diz Osório.

Durante o XV Congresso de Cardiologia de Brasília, o tema Morte Súbita, um dos mais áridos de todo o evento, foi apresentado pelo cardiologista Márcio Sturmer. O especialista, que atualmente reside no Canadá, revelou que mais de 200 mil norte americanos morrem anualmente sem ter recebido os primeiros socorros, mesmo o país tendo políticas públicas consolidadas para o pronto atendimento das vítimas. "Esse é um problema de saúde pública em qualquer lugar do mundo. A boa notícia é que 40% das mortes podem ser evitadas", diz Sturmer.

Fonte: athenapress@grupoathena.com.br

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