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Nutrição esportiva parte 6: Consumo e recomendação de proteínas após o treinamento físico 

A resposta adaptativa ao treino ocorre somente quando a síntese de proteínas  excede a sua taxa de degradação. Sabe-se que após exercício físico  de exaustão a taxa de excreção protéica excede a sua síntese,  se não houver nenhum consumo calórico imediato. O consumo de carboidrato após uma sessão de exercício parece inibir a degradação protéica e, por outro lado, o consumo de proteína está associado ao aumento de sua síntese.

Consequentemente, a ingestão desses dois nutrientes nas duas primeiras horas pós-exercício parece ser uma estratégia eficiente no ganho de massa muscular.Este fato não é restrito aos atletas, podendo ser uma estratégia de redução da perda de massa magra que geralmente está associada à presença de doenças crônicas e envelhecimento.  

Sabe-se que a perda de massa magra e o envelhecimento estão relacionados a uma diminuição de gasto energético e representam um fator de risco para a obesidade. A alteração da composição corporal,por sua vez, diminui a sensibilidade à insulina e contribui para o aparecimento do diabetes tipo 2, dislipidemia (anormalidades do colesterol) e hipertensão arterial.

Vale ressaltar que o tipo de proteína parece influenciar a resposta anabólica conforme a faixa etária. Assim, proteínas de lenta, digestão como a caseína, apresentam uma estimulação anabólica maior em indivíduos mais jovens, enquanto proteínas de rápida digestão, como whey protein, parece favorecer o anabolismo em idosos.A quantidade de proteína geralmente associada à síntese muscular pós-exercício varia de 5 a 15 g, sendo que quantidades de 20 ou 40 g mostraram ganho similar, o que indica a existência de uma quantidade limitante a partir da qual não existe benefício adicional.

Quanto ao consumo de aminoácidos, indiscriminadamente utilizados por atletas e principalmente praticantes de exercício em doses não-fisiológicas, não há estudos que mostrem maior efetividade destes versus proteínas no ganho de massa magra. Ao contrário, sua administração prolongada tem mostrado provocar alterações no sistema endócrino, como, por exemplo, o aumento dos níveis plasmáticos de testosterona e cortisol.

A única vantagem apresentada pelo uso de BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada – leucina, isoleucina e valina) ou somente leucina, particularmente envolvida com a modulação da síntese protéica, é a praticidade do seu uso, tendo em vista que a preparação de uma refeição exige mais tempo.Assim, o atleta que consome 7 g de aminoácidos com cerca de 30% de leucina pós-exercício pode ver isso como mais prático, mais promissor e ainda muito mais interessante do que consumir um filé de frango grelhado com a mesma quantidade desse aminoácido.

Fonte: Revista Hipertensão.

 

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