O termo repolarização precoce é comumente empregado em laudos de eletrocardiograma, principalmente em homens jovens e/ou atletas. Caracteriza-se pela elevação de 1 mm ou mais do ponto J do eletrocardiograma, em duas ou mais derivações contíguas.
O ponto J une o final do complexo QRS com o segmento ST do eletrocardiograma, refletindo o processo de repolarização ventricular, momento em que o ventrículo esquerdo prepara-se para uma nova contração.
A repolarização precoce deve ser diferenciada de outras doenças cardiológicas, como o infarto do miocárdio com supradesnível do segmento ST, pericardite aguda, bloqueio do ramo esquerdo e síndrome de Brugada. Existem particularidades no traçado do eletrocardiograma, além de outros aspectos clínicos, que permitem ao cardiologista fazer a diferenciação entre essas patologias.
Na imensa maioria dos casos, a repolarização precoce é considerada uma variante da normalidade, por isso, não causa sintomas, impede a prática de exercícios físicos ou aumenta o risco de uma cirurgia.
Raramente a repolarização precoce tem sido associada a maior risco de arritmias ventriculares e morte súbita.
O termo “síndrome da repolarização precoce” é usado nas situações em que a repolarização precoce pode ser associada arritmias ventriculares potencialmente fatais. Logo, considera-se a presença da síndrome quando o paciente tem a alteração de repolarização associada à história pessoal de parada cardíaca revertida ou história familiar de morte súbita. Por isso, pode ser desejável a orientação de um médico cardiologista.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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