A suplementação dietética é uma indústria que movimenta cerca 30 bilhões de dólares nos Estados Unidos, com mais de 90.000 produtos registrados no mercado. Pesquisas recentes demonstraram que 52% dos adultos norte-americanos relataram o uso de pelo menos um suplemento dietético.
Uma revisão realizada por pesquisadores da escola de medicina de Harvard (Boston, Estados Unidos), e publicada na conceituada revista médica JAMA, aborda a suplementação de vitaminas e sais minerais de acordo com as evidências científicas atuais.
Os autores da revisão dividem a reposição de vitaminas e sais minerais em dois grandes grupos de indivíduos:
1-Suplementação em uma população saudável de acordo com sua fase de vida
-Gravidez: ácido fólico e vitaminas pré-natais.
-Bebés e crianças: para bebês amamentados, vitamina D até o desmame, e ferro até 4 a 6 meses de idade.
-Adultos de meia-idade e idosos: algumas pessoas podem se beneficiar com a vitamina B12, vitamina D e/ou cálcio.
2-Suplementação em grupos de alto risco
2.1- Condições médicas que interferem na absorção de nutrientes ou metabolismo: cirurgia bariátrica (vitaminas do complexo B, ferro, cálcio, zinco, cobre e um complexo geral de vitaminas e sais minerais), anemia perniciosa (vitamina B12 oral ou intramuscular) e doença celíaca ou doença de Crohn e outras doenças inflamatórias intestinais (ferro, vitaminas do complexo B, vitamina D, zinco e magnésio).
2.2- Osteoporose ou outros problemas de saúde óssea: vitamina D, cálcio e magnésio.
2.3- Degeneração macular relacionada com a idade: formulação específica de vitaminas antioxidantes (como vitamina C, vitamina E e vitamina B2), zinco e cobre.
2.4- Uso de medicamentos no longo prazo:
-Inibidores da bomba de prótons, como omeprazol, pantoprazol, esomeprazol, rabeprazol, entre outros: vitamina B12 , cálcio e magnésio.
-Metformina para tratar diabetes ou pré-diabetes: vitamina B12.
2.5- Restrição alimentar ou padrões inadequados de alimentação: um complexo geral de vitaminas e sais minerais, vitamina B12, cálcio, vitamina D e magnésio.
Fonte: JAMA.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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