O excessivo cuidado com o peso corporal e um padrão de beleza inatingível para muitos, faz com que algumas pessoas tomem atitudes radicais e agressivas em relação ao seu corpo.
A bulimia é um transtorno alimentar que está associado a este tipo de perfil psicológico, e a um apetite anormal momentâneo, que faz com que haja um consumo excessivo de alimentos em um período curto de tempo, sendo que, logo em seguida, o indivíduo provoca episódios de vômitos.
O uso indevido de laxantes, diuréticos e medicamentos emagrecedores após os episódios de compulsão e vômitos (sintomas purgativos), são comuns nas formas graves deste transtorno alimentar.
Em um ataque bulímico a pessoa pode chegar a consumir mais de 20 mil calorias de uma única vez, quantidade muito superior as necessidades calóricas do organismo durante uma semana inteira. Em um ataque bulímico o indivíduo não come por necessidade ou prazer, mas sim por uma compulsão incontrolável, até o momento em que sente o seu estômago totalmente repleto.
Identificar as pessoas que sofrem deste transtorno alimentar é difícil, pois o aspecto físico e o peso são normais, principalmente nos primeiros episódios. As características deste transtorno alimentar ficam mais claras quando analisamos os padrões de ingestão alimentar e as atitudes tomadas perante os alimentos.
Comer escondido, correr para o banheiro após as refeições, ter uma preocupação excessiva com as calorias e com os rótulos dos alimentos, sensação de medo e/ou culpa com aumentos do peso, mesmo quando pouco significativos, são fatores que merecem atenção, pois podem indicar a presença da bulimia.
As causas para este transtorno alimentar são discutíveis. Pode haver uma predisposição genética, mas normalmente ele ocorre por um desequilíbrio psicológico e emocional, além da influência de amigos e familiares em prol de um perfil de beleza muitas vezes impossível de ser obtido. Segundo estudos científicos, mulheres e adolescentes são mais acometidos pela bulimia.
A continuidade dos episódios bulimicos em sua grande maioria leva a crises de depressão, problemas estomacais, oscilações no peso e prejuízo do estado nutricional. Um achado físico comum são as alterações do esmalte dos dentes.
O tratamento deve envolver uma associação entre um acompanhamento psiquiátrico, nutricional e o uso de medicamentos. Desvincular a preocupação excessiva com as calorias e o rótulo dos alimentos, incentivar uma dieta fracionada e equilibrada, controlar momentos de ansiedade direcionando-os para atividades que não estejam vinculadas a alimentos, e ponderar a prática de atividade físicas, são pontos fundamentais para o equilíbrio e controle das crises. A busca da auto-estima e da aceitação corporal deve ser um meta principal durante todo o tratamento.
Dra. Ana Flávia Pinheiro – Nutricionista CRN 1004.
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