A dor de cabeça (cefaléia) também é uma companheira das crianças. A queixa de uma pontada na fronte nem sempre é manha ou carência. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) revela que a ansiedade é a principal causa da cefaléia infantil e afeta tanto meninos quanto meninas.
Ao entrar na adolescência, as garotas ficam na dianteira.A pesquisa entrevistou 374 crianças, de 8 a 13 anos, alunos de escolas públicas. Outra pesquisa, do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip), mostra que a enxaqueca é o tipo de dor de cabeça mais frequente na infância, chegando a atingir de 2,5% a 4,5% das crianças em idade escolar.
Em geral, elas sentem bastante dor de cabeça (latejante) em apenas um lado, durante horas, acompanhada de náuseas ou vômitos. Estas crianças melhoram apenas com repouso.Desesperados, os pais levam os filhos ao pediatra, ao otorrinolaringologista ou oftalmologista. E nada! A cefaléia continua a atormentar a vida familiar.
A médica Patrícia Peixoto explica que para obter um diagnóstico mais preciso sobre as causas do distúrbio deve-se recorrer primeiro ao pediatra, que, se achar necessário, encaminhará o paciente a um neurologista. "Nem sempre uma dor no crânio é problema de visão ou de ouvido. Esse especialista irá descobrir as causas e indicar a melhor terapia", explica Patrícia, responsável pelo Ambulatório de Cefaléia do Centro de Orientação Médico Psicopedagógico (COMPP).
O consumo excessivo de analgésicos é apontado como uma das principais causas da dor de cabeça. A neurologista Célia Roesler, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), previne sobre o perigo da automedicação e sobre a importância de um diagnóstico correto, feito por especialistas.
O neurologista Marcos Maia, pioneiro no estudo de cefaléia infantil no país, orienta que o consumo de analgésicos não pode ultrapassar dois a três dias por semana e deve ser indicado por um médico. "Remédios só depois de 30 a 60 minutos de crise ou quando o distúrbio se agrava", aconselha.
Célia Roesler, que é especialista em enxaqueca, diz que o diagnóstico é difícil, pois ele não se baseia em exames, mas na conversa com o paciente ou na observação do quadro. O especialista orienta os pais a analisarem as indicações dadas pela criança. "Por exemplo, aversão à claridade ou ao barulho e falta de ânimo para brincar são sinais de que a criança não está bem. A queixa de dor na cabeça é real e merece ser investigada."
Fonte:Associação Paulista de Medicina (2009).
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