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Charuto: Um grande rolo de tabaco fumado sem filtro 

Charuto é definido como um rolo de tabaco envolvido em uma folha ou em qualquer outra substância e que habitualmente é fumado sem filtro. A prevalência de seu consumo vem diminuindo progressivamente no mundo de tal sorte que, dos 30% de ingleses fumantes regulares em 2002, 5% fumavam charuto.

Em outro estudo na Inglaterra em 2003, com mais de 7.000 homens, concluiu-se que fumar charutos acarreta um risco importante para desenvolvimento de doenças relacionadas ao tabaco. Quando comparados com pessoas que nunca fumaram, aqueles fumantes apresentavam maior risco para doença coronariana e acidente vascular encefálico (derrajme cerebral), além de maior índice de mortalidade geral por enfermidade não-cardiovascular.

Sabe-se que a grande maioria dos charutos contém mais nicotina do que a soma de muitos cigarros (1-2 mg de nicotina no cigarro e 100-400 mg de nicotina no charuto, com até 17 g de tabaco). Lembramos que a fumaça do charuto é mais alcalina que a do cigarro, o que facilita sua dissolução na saliva e sua absorção pela mucosa oral. Isto faz com que a dose desejada de nicotina seja conseguida sem a necessidade de inalar a fumaça para os pulmões. Os charutos são também capazes de disponibilizar altos níveis de nicotina circulante de forma tão rápida que é suficiente para causar dependência, mesmo sem a inalação da fumaça.

A fumaça de charuto tem uma classe de compostos altamente carcinogênicos (nitrosaminas, hidrocarbonetos e aminas aromáticas) em níveis significativamente mais altos que na fumaça de cigarro.Através de análise bioquímica, considerando-se o número de gramas de tabaco fumado, observou-se que o alcatrão, o monóxido de carbono e a amônia são produzidos em quantidades maiores através da queima de charutos do que da queima de cigarros. Além disso, o alcatrão derivado do charuto tem altas concentrações de carcinogênicos, como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Isto pode explicar porque os fumantes de charutos apresentam o risco de apresentarem câncer de pulmão até nove vezes maior do que não-fumantes. Vale ressaltar que os índices de mortalidade por câncer de pulmão nestes fumantes se relacionam com o número de charutos fumados por dia e o grau de inalação da fumaça.

Quanto a outros tipos de câncer, sabe-se que a diferença da exposição à fumaça, pelos diferentes tecidos, é a explicação mais correta para o distinto padrão de mortalidade entre fumantes de charutos e de cigarros. Os fumantes de charuto que não inalam a fumaça expõem a cavidade oral e a língua a uma grande quantidade da mesma, aumentando o risco para câncer oral. Também os constituintes do tabaco dissolvidos na saliva são deglutidos, causando aumento de câncer de esôfago nesta população.

Ressaltamos que o tabaco e o álcool agem sinergicamente para aumentar o desenvolvimento de câncer oral e de faringe. Assim é que os fumantes de charutos apresentam um risco duas vezes maior de desenvolver câncer da cavidade oral (lábios, língua, boca e garganta), laringe e esôfago em comparação com não-fumantes. Os fumantes de charuto ainda apresentam um aumento de 45% e 27% no risco de desenvolverem DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) e doença coronariana, respectivamente, comparados com não-fumantes. Um estudo da Sociedade Americana de Câncer mostrou que os fumantes de charutos que inalam a fumaça apresentam um risco de duas e três vezes maior de morrerem por câncer de pâncreas e de bexiga, respectivamente, comparados aos não-fumantes.

Quando comparados com fumantes de cigarros, os fumantes de charutos também apresentam um aumento do risco para doenças respiratórias e cardíacas, bem como câncer da cavidade oral, garganta e esôfago. Até agora não há estudos que mostrem de forma conclusiva a ligação entre fumar charutos e acidente vascular encefálico ou doença vascular periférica.

Entretanto, fumar charutos também está relacionado ao aparecimento de disfunção erétil em homens.

Finalmente, lembramos que a fumaça secundária proveniente de charutos contribui mais para a poluição ambiental que a proveniente de cigarros, quando igual quantidade de tabaco é queimada, além do fato de que os charutos contêm maior quantidade de tabaco e queimam por mais tempo (1-2 h vs. 10 min). Desta forma, por conter maiores concentrações de toxinas e substâncias cancerígenas que a fumaça proveniente de cigarro, a fumaça de charuto contribui também para o aumento do risco de câncer de pulmão e das demais doenças relacionadas ao tabaco em não-fumantes (fumantes passivos).

Fonte:Jornal Brasileiro de Pneumologia (2008).

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