O infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, geralmente é ocasionado pela presença de aterosclerose , ou seja, placas de gordura (ateromas) que obstruem as artérias do coração, chamadas de coronárias.
Além da aterosclerose, existem outras causas para essa grave doença. Nos Estados Unidos, crescem os relatos de casos de infarto do miocárdio entre os usuários de cocaína. Estima-se que cerca de 100.000 pessoas por ano neste país procurem os serviços de emergência por intercorrências médicas causadas pelo uso da cocaína e de seus derivados, como o crack.
O infarto do miocárdio associado ao uso de cocaína ocorre devido a uma vasoconstricção (contração anormal da parede da artéria) de uma ou mais coronárias, associada a uma elevação da pressão arterial e do batimento cardíaco (taquicardia).
Geralmente o quadro instala-se logo após o uso da droga. Esta causa de ataque cardíaco deve ser aventada em pacientes jovens, usuários deste tipo droga ou naqueles pacientes sem os fatores de risco clássicos para aterosclerose como hipertensão, tabagismo, anormalidades do colesterol ou diabete melito.
A American Heart Association publicou um documento na conceituada revista médica Circulation que aborda como os pacientes que sofreram infarto do miocárdio associado ao uso de cocaína devem ser tratados.
Os princípios gerais do tratamento devem ser os mesmos de um infarto do miocárdio habitual no entanto, o uso dos betabloqueadores deverá se evitado (estes podem aumentar a vasoconstricção nas coronárias) e o uso de benzodiazepínicos (tranquilizantes como o grupo do diazepam ou lorazepam) deverá ser uma prioridade nesses pacientes. Para a prevenção de novos episódios o abandono do vício é fundamental.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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