A demência é o declínio das funcões cognitivas (memória, atenção, raciocínio, linguagem e percepção) associado à perda da capacidade de executar tarefas do dia a dia.
É um termo geral para várias doenças neurodegenerativas que afetam principalmente os idosos. A doença de Alzheimer é o principal tipo de demência, no entanto, existem muitas outras formas de demência: vascular, senil, demência de corpos de Lewy, etc…
Modificar 12 fatores de risco ao longo da vida pode retardar ou prevenir cerca de 40% dos casos de demência, sugere uma atualização sobre o assunto publicada na Lancet Commission on Dementia Prevention, Intervention, and Care.
Quais são os 12 fatores de risco para demência passíveis de prevenção e tratamento?
Abaixo listamos os 12 fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento de demência. Os pesquisadores avaliaram o quanto cada fator de risco contribui para a demência, o que foi expresso pela fração atribuível populacional (FAP).
A perda auditiva teve o maior efeito, respondendo por estimadamente 8,2% dos casos de demência. A seguir, vieram o baixo grau de instrução em jovens (7,1%) e tabagismo (5,2%). A influência genética, também é um fator de risco para o desenvolvimento das demências, no entanto, ainda não pode ser efetivamente modificado.
Contribuição dos fatores de risco individuais para a carga total de demência. | |
---|---|
Fator de risco | FAP ponderada (%) |
Baixo grau de instrução | 7,1 |
Perda auditiva | 8,2 |
Traumatismo cranioencefálico | 3,4 |
Hipertensão | 1,9 |
Álcool (> 21 unidades por semana) | 0,8 |
Obesidade (IMC > 30 kg/m2) | 0,7 |
Tabagismo | 5,2 |
Depressão | 3,9 |
Isolamento social | 3,5 |
Sedentarismo | 1,6 |
Diabetes | 1,1 |
Poluição atmosférica | 2,3 |
Fonte: Medscape.
Comentário do autor:
O aumento da longevidade e envelhecimento da população tornaram os novos casos de demência cada vez mais comuns na prática médica. Um estilo de vida saudável, bem como, o tratamento de doenças como a hipertensão arterial, diabete melito, obesidade e depressão, permitem diminuir o impacto desses fatores de risco sobre novos casos de demência.
O controle da pressão arterial pode reduzir o risco de perda cognitiva e demência. Vários estudos prospectivos mostraram redução no risco de demência, contudo, não está claro se a redução é apenas na demência vascular ou também na doença de Alzheimer.
Chama a atenção a contribuição da perda auditiva para o desenvolvimento de novos casos de demência. A perda auditiva é frequentemente negligenciada em pacientes idosos e, muitas vezes, existe uma resistência desses pacientes em relação à utilização de aparelhos auditivos.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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