O teste ergométrico ou teste de esforço é o registro da atividade elétrica do coração durante o esforço físico e a fase de recuperação (minutos após o término do esforço físico).
O exame permite detectar arritmias cardíacas (ritmos cardíacos anormais) desencadeadas pelo esforço físico, isquemia miocárdica (irrigação sanguínea inadequada do músculo cardíaco, geralmente causada por obstruções das artérias do coração por placas de gordura, chamadas de ateromas), comportamento da pressão arterial e frequência cardíaca, sintomas desencadeados pelo esforço físico, aptidão cardiorrespiratória, entre outros achados.
Em relação às doenças cardiovasculares, o teste ergométrico é utilizado para o diagnóstico, avaliação do tratamento ou estimativa de complicações futuras (valor prognóstico). Na grande maioria dos casos, o teste ergométrico é realizado com esteira rolante, no entanto, a bicicleta ergométrica também poderá ser utilizada.
Quem deve realizar teste de esforço antes de iniciar a prática de exercícios físicos?
Em pacientes sem doença cardíaca conhecida, o teste ergométrico está indicado nas seguintes situações:
-Esportistas que farão atividade física intensa.
-Atletas profissionais.
-Pessoas que referem sintomas, como dor no peito ou dispneia (falta de ar) os esforços.
-Pessoas com mais de 60 anos.
-Em pessoas entre 35 e 59 anos de idade sem sintomas, a necessidade de realização do teste de esforço deverá ser avaliada individualmente, sempre levando em conta a presença de fatores de risco, como as dislipidemias (anormalidades do colesterol total e suas frações), tabagismo, hipertensão arterial, diabete melito, história familiar de doença arterial coronariana prematura, obesidade, entre outros.
-Pacientes que farão uma atividade física leve a moderada (caminhadas, por exemplo), com menos de 35 anos de idade e assintomáticos (sem sintomas), o teste ergométrico não precisa ser realizado de forma rotineira. Nestes casos bastaria um simples eletrocardiograma de repouso.
Fonte: Diretriz em Cardiologia do Esporte e Exercício.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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