O etanol, substância contida no álcool, apresenta um efeito bifásico sobre a pressão arterial. Num primeiro momento ele reduz a pressão arterial, e depois causa uma elevação da mesma. Dessa forma, os níveis da pressão arterial retornam ao patamares iniciais, desde que a quantidade ingerida de álcool seja leve a moderada.
O consumo habitual de álcool eleva a pressão arterial de forma linear, e o consumo excessivo associa-se com aumento na incidência
de hipertensão arterial. Estima-se que um aumento de 10 g/dia na ingestão de álcool eleve a pressão arterial em 1 mmHg, sendo que a diminuição nesse consumo reduz a pressão arterial.
Recomenda-se moderação no consumo de álcool
Em hipertensos o consumo de álcool por dia não deve ultrapassar um dois drinques para os homens e um drinque para as mulheres. O consumo além de 720 ml de cerveja ou 240 ml de vinho ou 60 ml de uma bebida destilada para o homem, e a metade dessas quantias para as mulheres, costuma elevar a pressão arterial.
A redução da ingestão de álcool para um ou dois drinques por dia pode reduzir a pressão arterial sistólica e diastólica em 3 e 2 mmHg, respectivamente.
Em diabéticos, a ingestão de álcool deve ser realizada junto com o consumo de alimentos para dificultar o aparecimento de crises de hipoglicemia (queda das taxas de açúcar no sangue).
Lembramos que cada grama de etanol (substância que o álcool contém) apresenta 7 kcal, ou seja, 720 ml de cerveja apresenta cerca 30 gramas de etanol e mais de 200 kcal.
A ingestão regular de bebidas alcoólicas ainda proporciona ganho de peso, além disso eleva as taxas de triglicerídeos e ácido úrico.
Não recomendamos o consumo regular de bebidas alcoólicas, apenas informamos a quantidade limite referida na literatura médica. Se você for dirigir, não beba nada que contenha álcool.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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