Pacientes com doença cardíaca que são solteiros podem ter um risco maior de morte quando comparados com pacientes semelhantes, mas que são casados. Essa é a constatação de um estudo que incluiu 6.501 pacientes de ambos os sexos submetidos a cateterismo cardíaco para investigação de doença arterial coronariana.
A doença arterial coronariana caracteriza-se pela obstrução em uma ou mais artérias do coração por placas de gordura (ateromas), sendo a principal causa da angina do peito e infarto do miocárdio.
Segundo os pesquisadores da Universidade Emory (Atlanta, Estados Unidos), os pacientes solteiros, quando comparados aos casados, apresentavam um risco maior de mortalidade por todas as causas, morte de causa cardiovascular ou infarto do miocárdio.
Aumentos semelhantes no risco de morte cardiovascular ou infarto do miocárdio foram encontrados entre aqueles que eram divorciados, separados ou viúvos, quando comparados aos pacientes efetivamente casados. Os resultados permaneceram significativos mesmo após o ajuste para prescrição de medicamentos e fatores de risco socioeconômicos.
O estado civil foi obtido através de um questionário autoadministrado no início do estudo. Do total dos 6.501 pacientes, 4.256 pacientes (70,3%) tiveram doença arterial coronariana obstrutiva e 490 (8%) apresentaram infarto agudo miocárdio, relataram os pesquisadores.
Os autores observaram 1.085 (18%) mortes por todas as causas, 688 (11%) mortes de causa cardiovascular e 272 (4,5%) eventos de infarto do miocárdio durante um período médio de acompanhamento de 3,7 anos.
Os autores concluíram que mais estudos são necessários para determinar se estratégias de tratamento mais agressivas podem influenciar os resultados observados em pacientes solteiros.
O apoio social fornecido pelo casamento e talvez muitos outros benefícios do companheirismo são importantes para as pessoas com doenças cardíacas, dizem os pesquisadores.
Fonte: Journal of American Heart Association.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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