Crianças com evidências de infecção oral, como cáries e sangramento gengival, tiveram uma probabilidade maior de apresentar um grau mais acentuado de espessamento do revestimento interno da artéria carótida (espessura médio-intimal) cerca de 25 anos depois, revela um estudo finlandês.
A espessura médio-intimal é um achado do ultrassom vascular (conhecido como ecodoppler das artérias carótidas). Quando essa está aumentada, indica maior propensão ao desenvolvimento da aterosclerose, processo que obstrui as artérias por placas de gordura (ateromas). A aterosclerose é a principal causa do infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e acidente vascular cerebral (derrame cerebral).
Nesse estudo, os sinais de infecção oral em crianças também foram significativamente associados aos fatores de risco convencionais de doença cardiovascular, como a hipertensão arterial (pressão alta) e o aumento do índice de massa corporal (IMC), indicativo de excesso de peso.
“Os resultados mostram pela primeira vez, ao nosso conhecimento, que as infecções orais na infância podem ser um fator de risco modificável de doença cardiovascular na idade adulta”, disseram os autores do estudo.
Seria um grande passo concluir a partir dos dados atuais que essas infecções orais podem causar doença cardiovascular em adultos ou que sua prevenção possa reduzir o risco de doença cardiovascular.
A periodontite, por exemplo, foi diretamente associada ao risco de infarto do miocárdio, doença arterial coronariana em geral, e acidente vascular cerebral. Além disso, a periodontite pode promover a perda de dentes, que está relacionada com a doença cardiovascular em vários estudos epidemiológicos.
“Mas todos esses estudos prévios foram feitos com populações de adultos. Este é o primeiro estudo feito com crianças. O estudo reforça a importância de manter uma boa saúde oral desde a infância”, finalizou o Dr. J. Pirkko Pussinen, pesquisador principal do estudo.
Fonte: Medscape.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr. CRM 13700 – Cardiologista de Curitiba.
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