A ponte miocárdica, também chamada de trajeto intramiocárdico, é uma anomalia congênita da artéria coronária, vaso sanguíneo que irriga o músculo cardíaco (miocárdio).
Nos pacientes com ponte miocárdica o segmento da artéria afetada não passa por fora do músculo cardíaco, e sim, por dentro desse, ocorrendo um estreitamento desse ponto da artéria durante a contração cardíaca, chamada de sístole ventricular.
Pode ocorrer ainda um espasmo coronariano, ou seja, uma contração anormal da camada muscular da artéria afetada. Em raros casos poderá ocorrer a formação de um trombo (coágulo) nesse local da artéria. A ponte miocárdica costuma afetar apenas a artéria descendente anterior, uma as principais artérias do coração.
O paciente portador de ponte miocárdica pode ser totalmente assintomático (corresponde a maioria dos casos), no entanto, alguns pacientes podem apresentar dor torácica com características de angina do peito, arritmias cardíacas e, raramente, evoluírem com morte súbita.
Seu diagnóstico geralmente é feito a partir da terceira década de vida, sendo suspeitado pela presença de sintomas, alterações do eletrocardiograma ou pela presença de isquemia miocárdica durante um teste de esforço. A confirmação do diagnóstico é feita por meio de angiotomografia coronariana ou cateterismo cardíaco e cineangiocoronariografia (esses dois exames permitem visualizar diretamente as artérias coronárias).
Estudos com pacientes submetidos ao cateterismo cardíaco e cineangiocoronariografia demonstraram um incidência de ponte miocárdica em 2% do total de pacientes.
O tratamento da ponte miocárdica em pacientes sintomáticos poderá ser realizado por meio do uso de betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio ou nitratos. Em geral, a evolução no longo prazo dos portadores de ponte miocárdica costuma ser favorável.
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Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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