A doença arterial coronariana caracteriza-se pela formação de placas de gordura, cahmadas de ateromas, na parede das artérias do coração. Ela é a principal causa do infarto do miocárdio (IM), popularmente conhecido como ataque cardíaco.
Embora os fatores de risco para o IM sejam semelhantes entre homens e mulheres (colesterol elevado, tabagismo, diabete melito, hipertensão arterial, história familiar, obesidade, sedentarismo, estresse, etc.), o primeiro IM no homem ocorre em torno dos 53 anos e, entre as mulheres, cerca de 10 anos após. Isso pode ser explicado em grande parte pela presença do estrogênio, o hormônio feminino que protege a mulher contra o IM durante sua fase reprodutiva da vida. Após a menopausa o risco de doença arterial coronariana aumenta cerca de 3 a 5 vezes nas mulheres.
O IM nas mulheres poderá manifestar-se como dor torácica ou apenas com “equivalentes anginosos”, como dor na região posterior do tórax, falta de ar, náuseas, vômitos e dor no estômago. A dor torácica pode ser atípica, ou seja, sem as características próprias da dor do IAM.
Estatísticas norte-americanas demonstraram que até 20% das mulheres morrem em um ano após seu IM. No caso dos homens, esse valor é um pouco maior que 10%. A idade mais avançada por ocasião do diagnóstico, o maior número de fatores de risco cardiovascular, as manifestações atípicas da doença, e o menor emprego dos tratamentos atualmente disponíveis, são hipóteses para explicar essa diferença de mortalidade entre os dois sexos.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr. Cardiologista em Curitiba – CRM/PR 13700.
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