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Por que o risco de ataque cardíaco aumenta nos meses de inverno?
Infarto do Miocárdio

Por que o risco de ataque cardíaco aumenta nos meses de inverno? 

Estudos prévios revelaram que o risco de novos casos de infarto do miocárdio, popularmente conhecido como “ataque cardíaco”, pode aumentar em até 30% nos meses de inverno. Em tempos de COVID 19, o infarto do miocárdio segue como uma das principais causas de morte na população.

O infarto do miocárdio, em geral, é causado por uma obstrução súbita e intensa de uma artéria do coração (chamada coronária), na maioria das vezes, secundária à ruptura de uma placa de gordura, chamada de ateroma. É o que chamamos de “acidente da placa de ateroma”.

A formação de placas de ateroma nas artérias do coração é conhecida por aterosclerose coronariana, e os fatores de risco para o seu desenvolvimento são o tabagismo, anormalidades do colesterol, hipertensão arterial, diabete melito, obesidade, idade (homens com mais de 45 anos e mulheres com mais de 55 anos), histórico familiar de aterosclerose coronariana prematura, estresse psicossocial, entre outros.

Pacientes com antecedentes de doença coronariana (infarto do miocárdio, angina do peito, angioplastia coronariana ou cirurgia de ponte de safena) são de alto risco para infarto do miocárdio.

Quais são os sintomas de um infarto do miocárdio?

O infarto do miocárdio tem como principal sintoma a dor localizada no centro do peito, que geralmente dura mais de 20 minutos, sendo do tipo queimação, aperto ou pressão. Não devemos descartar apresentações mais atípicas da doença, como uma dor que piora com a movimentação do tórax ou respiração. A dor torácica poderá irradiar-se para braços, ombros, dorso, pescoço ou boca do estômago.

Em muitos pacientes a dor no peito não é o principal sintoma do infarto do miocárdio, e em alguns casos o indivíduo não percebe esse sintoma como dor. A pessoa pode identificar esse desconforto como uma sensação de azia, peso, incômodo ou “indigestão”. Em muitos pacientes o sintoma referido é a dispneia (falta de ar) de aparecimento súbito.

Outros sintomas como enjoo, vômitos ou sensação de desmaio, também podem indicar um infarto do miocárdio. Estima-se que 25% dos infartos do miocárdio ocorram de forma silenciosa, somente sendo detectados por meio da realização de exames.

Por que os novos casos de infarto do miocárdio aumentam no inverno?

As temperaturas mais frias, em geral, abaixo de 14 graus centígrados, podem causar vasoconstrição (estreitamento das artérias) do coração e de outros vasos do organismo, causando uma diminuição do fluxo de sangue para o músculo cardíaco (miocárdio), além disso, poderá ocorrer a elevação dos níveis de pressão arterial.

Outros fatores contributivos para o aumento do risco durante o inverno seriam: redução da prática de exercícios físicos, piora do padrão alimentar (aumento da ingestão de gorduras e alimentos mais calóricos, com diminuição da ingestão de frutas, verduras e legumes), ganho de peso, e também, maior ocorrência de infecções virais, que causariam um “estado inflamatório”, capaz de desestabilizar as placas de ateroma, causando o infarto do miocárdio. Existem relatos de infarto do miocárdio que se seguem após uma infecção pelo novo coronavírus (COVID 19).

O que posso fazer para diminuir meu risco de infarto do miocárdio?

A exposição desnecessária ao frio deverá ser evitada. É importante manter-se bem agasalhado e aquecido, além de manter um estilo de vida saudável, tendo cuidado com sua alimentação, mantendo-se fisicamente ativo, e de “olho na balança”. O tabagismo deverá ser abandonado. Outros fatores de risco tratáveis com remédios, como as anormalidades do colesterol, hipertensão arterial e diabete melito, devem estar bem controlados, por isso, não deixe de procurar uma orientação médica. A vacinação para COVID 19, gripe e pneumonia também é um fator de proteção. Esse conjunto de medidas e capaz de reduzir significativamente o risco de infarto do miocárdio.

“O Portal do Coração adverte: se você sente algum desconforto no peito ou outros sintoma sugestivo de infarto do miocárdio, procure uma orientação médica”.

Autor: Dr. Tufi Dippe Jr. CRM/PR 13700 – cardiologista de Curitiba.

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