O infarto do miocárdio (ataque cardíaco) ocorre quando há uma interrupção súbita e intensa do fluxo de sangue em uma artéria coronária, que irriga uma região do coração, ocorrendo morte de parte do tecido cardíaco.
A principal causa desta interrupção do fluxo sanguíneo é um acidente da placa de ateroma, ou seja, uma ruptura de uma placa de gordura localizada na artéria coronária.
Essa ruptura acarreta a formação de um coágulo, que interrompe o fluxo sanguíneo neste ponto da artéria. Conforme o traçado do eletrocardiograma, o médico assistente poderá suspeitar que a artéria que causa o infarto do miocárdio, esteja obstruída parcialmente ou totalmente (infarto do miocárdio sem ou com supradesnível do segmento ST no eletrocardiograma).
No segundo caso (infarto do miocárdio com supradesnível do segmento ST do eletrocardiograma), será necessário utilizar uma opção de tratamento que possibilite abrir a artéria totalmente obstruída o mais rápido possível, desta forma, minimizando a morte de células da área cardíaca afetada pelo infarto do miocárdio. Para tal finalidade, a modalidade preferencial de tratamento é a angioplastia coronariana (introdução de um cateter com um balão em sua extremidade, até o local obstruído, permitindo assim, o restabelecimento do fluxo de sangue).
Esta modalidade de angioplastia coronariana é chamada de angioplastia primária. No momento da angioplastia, estruturas metálicas, chamadas de stents, são liberadas pelo cateter no local da obstrução. Os stents podem ser de dois tipos: convencionais e farmacológicos (liberam substâncias que diminuem os riscos de obstruções futuras). Nos anos de 2006 e 2007, foram comunicadas à CENIC (Central Nacional de Intervenções em Cardiologia), 4.172 angioplastias primárias (realizadas para tratar o infarto do miocárdio). Tanto nos casos de utilização dos stents convencionais (95,5%), como nos casos tratados com stents farmacológicos (4,5%), houve um elevado índice de sucesso do procedimento: 93,5% e 97,5%, respectivamente.
As taxas de complicações graves relacionadas às angioplastias primárias foram muito baixas, tanto com os stents convencionais como também, com os stents farmacológicos: morte (4,4% e 2,0%), novo infarto (1,5% e 1,3%), necessidade de cirurgia (0% e 0,1%) e derrame cerebral (0,5% e 0,3%).
Fonte: Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (2008).
Texto revisado por Nícia Padilha.
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