O sedentarismo é um dos mais prevalentes fatores de risco para as doenças cardiovasculares. No momento que decidimos iniciar uma programação de exercícios físicos, devemos levar em consideração o tipo, frequência, duração e intensidade destes exercícios. Dessa forma, a seguir serão feitas considerações a respeito de cada um desses parâmetros.
Tipo, frequência, duração e intensidade de exercício
Para se obter os benefícios do exercício físico sobre a hipertensão arterial, obesidade, anormalidades do colesterol e diabete melito, recomendam-se os exercícios cíclicos (aeróbicos), tais como a caminhada, corrida, ciclismo ou natação.
Comprovadamente estes são os exercícios que mais beneficiam os pacientes portadores desses distúrbios. Recomenda-se uma frequência de três a cinco sessões semanais, com duração de 30 a 45 minutos. A intensidade do exercício físico deve ser baseada no limiar anaeróbio (momento em que os músculos começam a produzir lactato), como limite inferior, e em 10% abaixo do ponto de compensação respiratória (momento que os pulmões compensam a acidose metabólica), como limite superior de prescrição.
Estes parâmetros podem ser obtidos pelo teste ergoespirométrico (teste cardiopulmonar), que consiste numa avaliação cardiovascular e metabólica durante um exercício progressivo máximo. Na impossibilidade de uma avaliação ergoespirométrica, deve-se realizar um teste ergométrico máximo e, neste caso, a intensidade de exercício deve corresponder a 50% a 60% do consumo máximo de oxigênio estimado ou a 60% a 70% da frequência cardíaca máxima atingida no teste de esforço.
E, na impossibilidade de se fazer um teste ergoespirométrico ou um teste ergométrico, deve-se utilizar uma intensidade de exercício correspondente a 50% a 60% da freqüência cardíaca de reserva, conforme a fórmula:
FCR = [(FC máxima – FC basal) x 0,5 ou 0,6] + FC basal; onde: FCR = frequência cardíaca de reserva.
FC máxima = frequência cardíaca máxima, calculada como sendo 220 menos a idade, em anos.
FC basal = freqüência cardíaca basal, medida durante um minuto, pela palpação do pulso radial, pela manhã, ao acordar.
Apesar das dificuldades que normalmente envolvem a realização de um teste ergoespirométrico ou mesmo de um teste ergométrico, eles podem ser fundamentais para uma prescrição precisa da intensidade do exercício físico individualizado. E, em certos casos, tais como na presença de dois ou mais fatores de risco de doenças cardiovasculares associados, idade superior a 40 anos e a inexperiência em praticar exercícios físicos, o teste ergoespirométrico ou o teste ergométrico são imprescindíveis para se iniciar um programa de exercício físico.
Fonte: Hipertensão.
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