O tabagismo e a hipertensão arterial são dois importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e o acidente vascular cerebral (derrame cerebral). Essas duas enfermidades são as principais causas de morte em nosso país.
O tabagismo tem-se mostrado um forte preditor para o desenvolvimento da hipertensão arterial, ao longo de um período de acompanhamento aproximado de 10 anos.
Um estudo realizado por pesquisadores italianos há mais de uma década, demonstrou de uma forma muito objetiva os efeitos do ato de fumar sobre a pressão arterial e batimento cardíaco.
Dez fumantes sem hipertensão arterial (normotensos) foram instruídos a fumar um cigarro a cada 15 minutos, durante uma hora. Todos os participantes foram submetidos a uma monitorização contínua da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.
Após o primeiro cigarro observou-se uma elevação quase que imediata da pressão arterial (tanto da pressão arterial máxima como da pressão arterial mínima), com um pico de elevação dessas pressões arteriais entre 2 e 4 minutos. A pressão arterial manteve-se elevada por cerca de 15 minutos até o momento que o participante do estudo fumaria o seu próximo cigarro. Elevações do batimento cardíaco também foram observadas.
Para uma adequada medida da pressão arterial, recomendamos que os pacientes não fumem cerca de uma hora antes da consulta.
Existem vários mecanismos que explicam o aumento da pressão arterial após o consumo dos derivados do tabaco. Acredita-se que a nicotina acarrete uma vasoconstricção direta dos vasos (estreitamento do diâmetro destes vasos), além de um aumento da liberação da vasopressina, adrenalina e noradrenalina, substâncias que acarretam uma elevação da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.
O tabagismo aumenta o risco para mais de 25 doenças,
incluindo as doenças cardiovasculares. O hábito de fumar é apontado como fator negativo no controle de hipertensos, no entanto, não há evidências conclusivas que a cessação do tabagismo reduza a pressão arterial.
É indiscutível que a cessação do tabagismo diminui o risco cadiovascular dos pacientes hipertensos, por isso, esse hábito deve sr combatido.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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