A esclerose múltipla é a doença neurológica desmielinizante de caráter inflamatório e neurodegenerativo mais comum do sistema nervoso central, afetando cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A doença causa incapacidade significativa e progressiva na maioria dos indivíduos afetados, sendo a causa mais comum de invalidez de causa neurológica adquirida em adultos jovens. Estudos da história natural da doença demonstram que 20 a 25 anos após o diagnóstico quase 90% dos pacientes com Esclerose Múltipla terão incapacidade grave, precisando de algum apoio para andar.
Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante, ou seja, está relacionada com à destruição da bainha de mielina (membrana que envolve e isola os axônios – fibras nervosas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos – no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos).
A perda da mielina pode dificultar e, até mesmo, interromper a transmissão dos impulsos nervosos, provocando dificuldade de andar, no equilíbrio e na visão. A doença recebe essa denominação por que nos locais em que há desmielinização formam-se placas, tecidos endurecidos, semelhantes a cicatrizes (esclerose). Essas placas podem aparecer em distintas áreas do cérebro e medula espinhal (múltipla).
Em aproximadamente 85% dos pacientes o quadro clínico da esclerose múltipla se inicia sob a forma de um surto (sintomas neurológicos que duram no mínimo 24 horas) da doença, que evolui de forma recorrente.
O restante dos pacientes inicia a doença com a forma progressiva, podendo apresentar surtos no seu curso. Das manifestações clínicas iniciais, 46% são sinais e sintomas medulares (fraqueza das pernas, dormências, disfunção sexual e incontinência urinária), cerca de 21% dos pacientes iniciarão sua doença com quadro de neurite óptica (vista embaçada) , 10% com síndromes de tronco cerebral (visão dupla, desequilíbrio, tonturas e incoordenação motora) e o restante por uma combinação dos sintomas.
Transtorno do humor, como depressão e ansiedade, são muito comuns. A fadiga, falta de energia para as atividades diárias, é um dos sintomas mais freqüentes da doença. Na maioria das vezes, a fadiga é confundida com preguiça, dificultando o diagnóstico.
O diagnóstico da doença é baseado na história clínica relatada pelo paciente associado ao exame neurológico. Exames como a ressonância magnética do cérebro e o exame do líquido da espinha são importantes para sua confirmação e para afastar outras doenças que podem simular a esclerose múltipla.
Fonte: Academia Brasileira de Neurologia.
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