Um recente estudo demonstrou que o acúmulo de gordura visceral (dentro da cavidade abdominal) associa-se a um risco aumentado de hipertensão arterial em mulheres afro-americanas e latino-americanas, mas não nos homens.
“Os médicos estão cientes dos inúmeros resultados negativos associados a obesidade, particularmente a obesidade abdominal”, comentou o Dr. Capri G. Foy, um dos autores de estudo.
O Dr. Foy, da Wake Forest University School of Medicine (Carolina do Norte, Estados Unidos) e seus colaboradores pesquisaram a relação entre tecido adiposo visceral, medido por tomografia computadorizada, tecido adiposo subcutâneo (localizado abaixo da pele) e hipertensão arterial, em 487 afro-americanos e 1.095 latino-americanos.
Os pesquisadores relatam que, geralmente, os participantes com hipertensão arterial tinham um índice de massa corporal (IMC) médio, tecido adiposo visceral, tecido adiposo subcutâneo e razão entre tecido adiposo visceral e tecido adiposo subcutâneo, maiores do que os participantes sem hipertensão arterial.
Em mulheres, o tecido adiposo visceral não foi associado de modo significativo ao aumento do risco de hipertensão arterial após o ajuste de fatores como o nível da glicose de jejum, IMC e sensibilidade à ação do hormônio insulina. No entanto, esta a relação perdeu significância em homens após o ajuste do IMC e do tecido adiposo subcutâneo.
“Esses resultados sugerem que o tecido adiposo visceral, independentemente da adiposidade corporal total, associa-se a uma maior prevalência de hipertensão arterial”, concluem os pesquisadores.
O Dr. Foy ainda declarou que, “os médicos possuem excelentes oportunidades de realizar avaliações rápidas e simples, como a medição da circunferência da cintura, que poderia fornecer informações úteis para os pacientes com relação à obesidade abdominal. Além disso, os médicos podem aconselhar seus pacientes a praticar atividade física, consumir alimentos saudáveis e, posteriormente, indicá-los a organizações de promoção de saúde, tais como academias e centros de recreação”.
Fonte: American Journal of Hypertension.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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