A hipertensão arterial é a doença cardiovascular mais comum entre os atletas. Em relação à hipertensão arterial existe uma preocupação com exercícios físicos que apresentam um componente estático importante, como os arremessos (atletismo), boxe, fisiculturismo, canoagem/caiaque, esqui aquático, remo, iatismo, windesurf, caratê/judô, luta olímpica, ciclismo, decatlo, ginástica,patinação de velocidade, levantamento de peso e montanhismo.
Os atletas hipertensos para serem liberados para uma competição devem estar com a sua pressão arterial bem controlada em repouso e também durante o esforço físico. Esta última poderá ser avaliada através de um teste de esforço (teste ergométrico).
Os hipertensos estágios 1 e 2 (pressão arterial abaixo de 180/110mmHg sem tratamento) podem ser autorizados a competir em qualquer modalidade se a pressão arterial estiver bem controlada em repouso e no esforço. Não pode houver lesão de órgãos-alvo (coração, rins, cérebro e vasos).
Os hipertensos estágio 3 (pressão arterial igual ou maior que 180/110 mmHg sem tratamento), para serem autorizados a competir, devem estar com a pressão arterial controlada em repouso e no esforço. Se houver comprometimento de órgãos- alvo, deverão participar somente em esportes competitivos de leve intensidade estática e dinâmica, como bilhar, boliche, críquete, golfe e tiro.
Em atletas veteranos hipertensos, encontra-se com mais frequência hipertrofia ventricular esquerda leve (espessamento do músculo do coração), a qual poderá corresponder a uma adaptação fisiológica ao exercício (coração do atleta) ou uma conseqüência da hipertensão arterial (hipertrofia patológica). Uma função diastólica anormal (alteração do relaxamento cardíaco no exame de ecocardiograma) está mais frequentemente associada a hipertrofia patológica.
Os médicos assistentes de atletas veteranos hipertensos que utilizam betabloqueadores (atenolol, metoprolol, entre outros) devem considerar a substituição destes por outros anti-hipertensivos, pois os betabloqueadores prejudicam o desempenho aeróbico (reduzem o desempenho cardíaco máximo), reduzem a potência muscular e, ainda, atenuam o mecanismo da sede.
Fonte: SBMEE.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Benefícios do controle da pressão arterial
O controle adequado da pressão arterial (PA) é uma medida vital para preservar a saúde cardiovascular e evitar complicações sérias. Primeiramente, manter a PA dentro dos limites normais reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ataques cardíacos. Quando a…
Você sabe o que é a miocardiopatia não compactada?
A miocardiopatia não compactada (MNC), também conhecida como miocárdio não compactado, é uma condição rara do músculo cardíaco que afeta a estrutura do ventrículo esquerdo (VE). O VE é a principal das quatro câmaras do coração. Ela bombeia o sangue oxigenado em direção ao cérebro…