A síndrome metabólica é um transtorno complexo, caracterizado por um agrupamento de fatores de risco cardiovasculares relacionados com resistência a ação da insulina (hormônio quem permite a entrada do açúcar na célula) e obesidade central (acúmulo de gordura na parte superior do corpo e no interior da cavidade abdominal, avaliada através da medida da circunferência abdominal).
A síndrome metabólica é uma doença típica do homem moderno que ingere mais calorias do que necessita e, faz pouca atividade física.
É importante assinalar a associação da síndrome metabólica com doença cardiovascular, aumentando o risco de morte por doença cardiovascular em 2 a 3 vezes.
Diagnóstico
Para o diagnóstico da síndrome metabólica o paciente deve ter três ou mais dos seguintes critérios diagnósticos:
– Obesidade abdominal (visceral), medida ao nível médio do abdômen: cintura maior que 94 cm em homens e maior que 80 cm em mulheres.
– Hipertrigliceridemia (triglicerídeos elevados) : maior que 150 mg/dL
– HDL-colesterol: menor que 40 mg/dL em homens e menor que 50 mg/dL em mulheres.
– Pressão arterial: maior que 130/85 mmHg.
– Glicemia de jejum: maior que 99 mg/dL (podendo chegar até um nível de diabete melito).
Outros achados clínicos e laboratoriais tem sido associados à síndrome metabólica: síndrome de ovário policístico, acanthosis nigrican, doença hepática gordurosa não causada pelo álcool (esteatose hepática ou “fígado gorduroso”), microalbuminúria (perda de proteínas na urina), estados pró-trombóticos que predispõem a formação de trombos e coágulos), estados pró-inflamatórios (que predispõem a inflamação) e de disfunção endotelial (alteração das funções do revestimento interno dos vasos, fato que predispõe a formação de placas de gordura nas artérias).
Tratamento:
A síndrome metabólica deverá ser tratada com mudanças de hábitos alimentares, atividade física e, principalmente, perda de peso. A eliminação de 10% do peso diminui em 30% a concentração de gordura no interior do abdômen (obesidade visceral).
Medicamentos para ajudar a perda de peso, controlar a pressão arterial, normalizar as alterações dos níveis de gordura e açúcar no sangue, também poderão ser necessários.
Eventualmente os portadores de síndrome com obesidade significativa (índice de massa corporal ou IMC = peso/altura X altura maior que 40 ou maior que 30 com complicações decorrentes da obesidade, principalmente o diabete melito) poderão ser candidatos a cirurgia bariátrica.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
Síndrome metabólica
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Benefícios do controle da pressão arterial
O controle adequado da pressão arterial (PA) é uma medida vital para preservar a saúde cardiovascular e evitar complicações sérias. Primeiramente, manter a PA dentro dos limites normais reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ataques cardíacos. Quando a…
Você sabe o que é a miocardiopatia não compactada?
A miocardiopatia não compactada (MNC), também conhecida como miocárdio não compactado, é uma condição rara do músculo cardíaco que afeta a estrutura do ventrículo esquerdo (VE). O VE é a principal das quatro câmaras do coração. Ela bombeia o sangue oxigenado em direção ao cérebro…