A obesidade é uma epidemia mundial. Nos Estados Unidos, dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) de 2002 indicam uma prevalência de 31% de sobrepeso (índice de massa corporal ou IMC, entre 85-94) e obesidade (IMC maior que o percentil 95) na faixa etária de 6 a 18 anos.
No Brasil, estudos recentes demonstraram uma prevalência, conforme a região, de 11% a 33% de sobrepeso na faixa etária pediátrica, constatando-se que este vem progressivamente substituindo os índices de desnutrição.
Atualmente, as crianças ficam mais em casa, vêem mais televisão, usam muito o computador, brincam menos, ingerem mais alimentos calóricos, fast food e refrigerantes.A mudança do estilo de vida, com o aumento do consumo de alimentos altamente calóricos, o baixo gasto de energia ou a associação de ambos levam a um balanço energético positivo e um conseqüente ganho de peso.
A obesidade ou mesmo o sobrepeso aumentam o risco de doenças cardiovasculares, metabólicas, e degenerativas, além de outras de caráter psicológico, como a depressão e discriminação social. Crianças obesas têm alta probabilidade de se tornarem adultos obesos.
Segundo os dados do Bogalusa Heart Study, um estudo envolvendo 5.000 pessoas desde o nascimento até 30 anos de idade, crianças obesas têm 77% de chance de se tornarem adultos obesos, e com isso, também um maior risco de doença aterosclerótica (formação de placas de gordura na parede das artérias). A aterosclerose é a principal causa do infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e do derrame cerebral.
O combate da obesidade na infância é uma estratégia fundamental para prevenir as doenças cardiovasculares.
Fonte: Revista do DERC.
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