O ecocardiograma é um exame que avalia a estrutura e função do coração através de ondas de ultrassom.
Durante um exame de ecocardiograma (ecocardiograma de repouso, ecocardiograma de estresse ou ecocardiograma transesofágico) o ventrículo esquerdo é dividido em 16 segmentos.
O ventrículo esquerdo é a principal câmara do coração, responsável pelo bombeamento de sangue para o cérebro e demais órgãos, exceto os pulmões.
O médico que realiza o ecocardiograma poderá observar quatro possibilidades em relação à contração do músculo cardíaco em cada segmento do ventrículo esquerdo:
– Contração normal.
-Hipocinesia ou área hipocinética (termos utilizados em laudos de ecocardiograma para descrever um ou mais segmentos cardíacos que contraem pouco, abaixo do normal).
–Acinesia ou área acinética (termos utilizados em laudos de ecocardiograma para descrever um ou mais segmentos cardíacos que não contraem).
-Discinesia ou área discinética (termos utilizados em laudos de ecocardiograma para descrever um ou mais segmentos do coração que, ao invés de contrair-se, se move “para fora” durante a chamada a sístole ventricular).
Exemplificando:
Uma acinesia do segmento apical da parede anterior indica que essa região do ventrículo esquerdo não contrai-se durante a sístole, quando comparada com os demais segmentos que contraem normalmente.
A principal causa para essas anormalidades de contração de certos segmentos do ventrículo esquerdo (déficit contrátil segmentar) é a doença arterial coronariana (comprometimento das artérias do coração por placas de gordura ou ateromas, a chamada aterosclerose coronariana).
A doença arterial coronariana apresenta manifestações clínicas crônicas, como a isquemia miocárdica silenciosa e angina do peito estável, ou agudas, como a angina do peito instável e infarto do miocárdio. A hipocinesia é mais comumente observada nas manifestações crônicas da doença arterial coronariana, enquanto que a acinesia e discinesia costumam ser observadas após o infarto do miocárdio.
O infarto do miocárdio, na maioria das vezes, caracteriza-se por uma obstrução súbita e intensa de uma artéria do coração (chamada de artéria coronária). A sua causa mais comum é a formação de um trombo (coágulo) em uma placa de ateroma, aquilo que chamamos de “acidente da placa de ateroma”.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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