A terapia com células-tronco, também chamada de terapia celular, fundamenta-se na capacidade que as células progenitoras (como as células da medula óssea), tem em se transformarem em outras espécies de células. Desta forma, estas podem regenerar tecidos lesados.
As células-tronco podem ter propriedades miogênicas (capazes de regenerar o tecido muscular) ou angiogênicas (capazes de formar minúsculos vasos de sangue, melhorando a irrigação do coração e de outros orgãos).
Em vários locais do mundo, inclusive no Brasil, existem pesquisas com a terapia das células tronco em pacientes com insuficiência cardíaca. Pacientes que foram vítimas de um infarto do miocárdio ou doença de Chagas, por exemplo, estão sendo com essa terapia.
Os pacientes incluídos nesses estudos são pacientes graves que permanecem com sintomas , apesar de todas as modalidades de medicamentos disponíveis.
As células progenitoras são retiradas da medula óssea (mas não exclusivamente dela) e são aplicadas no músculo cardíaco por ocasião de uma cirurgia cardíaca, através de um cateterismo cardíaco ou por injeção direta na veia.
Embora os resultados desses estudos ainda não seja conclusivos, e seus resultados variáveis, essa nova modalidade de tratamento têm se demonstrada bastante segura, sem efeitos colaterais sérios.
Muitas dúvidas ainda nos cercam sobre a terapia com células-tronco:
– Qual a melhor forma de obtenção dessas células-tronco ?
– Qual a quantidade a ser implantada no músculo do coração?
– Quantos implantes são necessários?
– Qual o tempo de intervalo ideal entre estes implantes?
– Quais as características dos pacientes com insuficiência cardíaca que responderiam melhor a essa modalidade de tratamento, tornando-o mais atrativo?
– Os resultados positivos manterão-se ao longo do tempo?
– Por quanto tempo?
Aguardamos essas respostas, que certamente aparecerão com os protocolos de pesquisa nos próximos anos.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr, Cardiologista – CRM/PR 13700.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Benefícios do controle da pressão arterial
O controle adequado da pressão arterial (PA) é uma medida vital para preservar a saúde cardiovascular e evitar complicações sérias. Primeiramente, manter a PA dentro dos limites normais reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ataques cardíacos. Quando a…
Você sabe o que é a miocardiopatia não compactada?
A miocardiopatia não compactada (MNC), também conhecida como miocárdio não compactado, é uma condição rara do músculo cardíaco que afeta a estrutura do ventrículo esquerdo (VE). O VE é a principal das quatro câmaras do coração. Ela bombeia o sangue oxigenado em direção ao cérebro…