Mesmo entre os idosos, manter hábitos de vida saudáveis que incluam atividades físicas regulares, alimentação adequada, cessação do hábito de fumar, ingestão leve ou moderada de álcool, associam-se a um número significativamente menor de novos casos de diabete melito do tipo 2 (DM2).
Um estudo demonstrou que 80% dos novos casos de DM2 são atribuíveis a estes fatores de risco, um número que aumenta quando a obesidade é incluída como um fator de risco.
O Cardiovascular Health Study investigou a relação entre a presença dos fatores de risco cardíaco e a incidência de novos casos de DM2, durante um período de 10 anos de acompanhamento.Foram estudados 4.883 homens e mulheres com 65 anos de idade ou mais. Os autores dividiram os idosos em grupos de acordo com o número de seus fatores de risco e avaliaram a incidência comparativa de novos casos de DM2 entre estes grupos.
Os idosos que realizavam atividade física acima da média e que nunca fumaram ou fumaram menos do que 5 anos ou ainda, pararam de fumar há mais de 20 anos atrás, eram agrupados entre aqueles com baixo risco.
Os idosos também receberam uma pontuação de acordo com a sua dieta, levando em conta a elevada ingestão de fibra alimentar, o baixo índice glicêmico alimentos (capacidade dos alimentos de elevar a taxa de açúcar), baixo consumo de gorduras trans e um alto consumo de gorduras polinsaturadas.
Avaliações do acúmulo de gordura foram também realizadas, sendo massa o IMC (índice de massa corporal) abaixo de 25kg/m2 definido como o ideal. Idosos de baixo risco apresentavam circunferência abdominal menor que 102 e 88 cm, para homens e mulheres, respectivamente.
Globalmente, os autores do estudo obeservaram que o risco de DM2 foi de 80% menor entre os indivíduos com níveis de atividade física acima da média, dieta saudável, não fumantes e que ingeriam álcool de forma moderada (apenas 6% dos idosos ingeria álcool de forma regular). Quando IMC e a circunferência da abdominal (em valores ideais) foram adicionados ao modelo de análise, o risco de novos casos de DM2 foi reduzido em 89%.
Fonte: Archives of Internal Medicine.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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