A tireoide é uma pequena glândula localizada na parte frontal do pescoço, que apresenta uma forma parecida com a de uma borboleta. A tireoide normal não é habitualmente percebida abaixo da pele. Bócio é o nome dado a qualquer aumento da glândula tireoide.
A tireóide influencia muitas funções do organismo, tais como o metabolismo, pressão arterial, níveis de colesterol, frequência cardíaca, digestão, temperatura corporal, crescimento, reprodução e desenvolvimento das funções do sistema nervoso central.
Estas funções corporais dependem de dois hormônios liberados a partir da glândula tireoide: tiroxina (conhecido como T4) e triiodotironina (conhecido como T3). A tireoide por sua vez, é estimulada a produzir o T3 e o T4 através da ação de outro hormônio, chamado de TSH (hormônio estimulante da tireóide), que é liberado pela glândula hipófise, localizada no cérebro. O hipotálamo, uma determinada região cerebral, também afeta a liberação do TSH.
O produção dos hormônios tireoidianos dependem de pequenas quantidades de iodo, um mineral presente em moluscos e em produtos agrícolas cultivados em solos ricos em iodo. Este mineral é importante para o bom funcionamento da tireoide. O sal iodado foi introduzido nos Estados Unidos na década de 1920 com o objetivo de garantir uma adequada ingestão de iodo pela população. No Brasil, o sal consumido também é iodado.
As doenças da tireoide afetam cerca de 12% da população em geral. São mais comuns em mulheres, principalmente após os 40 anos de idade.Os principais tipos de doença da tireoide são:
Hipotireoidismo
Caracteriza-se pela diminuição da produção dos hormônios tireoidianos, afetando as suas funções normais. Quando há poucos hormônios tireoidianos no organismo, o metabolismo desacelera e o corpo gasta energia de uma forma mais lenta. O tipo mais comum de hipotireoidismo (mais de 95% do casos) são secundários a uma agressão da glândula por um processo auto-imune (veja adiante), irradiação ou extirpação cirúrgica.
O hipotireoidismo secundário (central), causado por alterações do eixo hipófise-hipotálamo (que afetam aprodução do TSH) são mais raros.
Ganho de peso, astenia, queda de cabelos e lentidão do raciocínio são alguns dos sintomas observados em portadores de hipotireoidismo. Em relação ao sistema cardiovascular, o hipotireoidismo pode causar redução da frequência cardíaca, aumentos dos níveis de colesterol e comprometimento da função cardíaca.
Hipertireoidismo
Caracteriza-se pelo aumento da produção dos hormônios tireoidianos. Neste caso, o excesso de hormônio tireoidiano aumenta os níveis do metabolismo, fazendo que o corpo gaste energia de uma forma mais rápida. Perda de peso, palpitações, insônia, irritabilidade e os tremores, são alguns dos sintomas observados nos portadores de hipertireoidismo. Em relação ao sistema cardiovascular, o hipotireoidismo pode causar aumento da frequência cardíaca, arritmias cardíacas e comprometimento da função cardíaca.
Tireoidite
É a inflamação da glândula tireoide. Esta inflamação poderá destruir o tecido glandular e causar o hipotireoidismo. Existem muitos tipos de tireoidite. A tireoidite de Hashimoto é uma doença auto-imune em que o sistema imunológico do corpo produz anticorpos que atacam a tireóide, sendo a causa mais comum de hipotireoidismo e de bócio (aumento da tireóide). A tireoidite de Hashimoto, por afetar a glândula tireoide, pode aumentar o risco de doença cardíaca.
Bócio
Bócio é o nome dado a qualquer aumento da glândula tiroide, a qual poderá aumentar numa tentativa de superar as deficiências leves nas produções dos hormônios tireoidianos. O bócio pode ocorrer com níveis hormonais normais da tireóide. O bócio poderá ser difuso (a glândula está aumentada de uma forma homogênea) ou nodular (o aumento da glândula é uma consequência da presença de um ou mais nódulos na tireóide, ou seja, bócio uni ou multinodular).
O bócio poderá evoluir com hipotireoidismo ou hipertireoidismo em alguns casos. Os nódulos da tireoide são coleções anormais de células que aumentam certas partes da glândula tireoide. A maioria dos nódulos da tireoide são benignos, embora possam ser malignos (câncer). Em alguns casos, os nódulos tireoidianos (bócio nodular) podem produzir hormônios tireoidianos e levar ao hipertireoidismo. Grandes bócios (difusos ou nodulares) podem causar dificuldades em engolir ou respirar.
Câncer de tireoide
São os tumores malignos da glândula tireoide. Cerca de 15.000 mulheres e 5.000 homens com câncer da tiroide são diagnosticados a cada ano nos Estados Unidos, de acordo com o National Cancer Institute.
Fonte: Manual Merck.
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