São inúmeros os benéficos dos EF em diabéticos: diminuição da pressão arterial, níveis de açúcar, doses dos medicamentos e da insulina, níveis da hemoglobina glicosilada , níveis dos triglicerídeos, níveis de LDL-C (“colesterol ruim”) e elevação dos níveis HDL-C (“colesterol bom”).Há ainda uma diminuição da ansiedade e do nível de estresse, melhora da autoestima e dos sintomas de ordem depressiva.O resultado de todos esses benefícios é uma melhora do perfil do risco cardiovascular.Antes de começar um programa de EF procure uma orientação multidisciplinar (médicos , nutricionista , fisioterapêuta e professor de educação física).
Pacientes portadores de DM deverão realizar avaliação cardiovascular.Deverão realizar teste de esforço: maiores de 35 anos, maior de 25 anos com DM do tipo 2 há mais de 10 anos ou DM do tipo 1 há mais de 15 anos, presença de outro fator de risco para a doença arterial coronariana , presença de doença que acomete a pequena circulação da retina dos olhos e/ou rins (retinopatia e/ou nefropatia diabéticas, respectivamente), doença arterial periférica e a presença de neuropatia (comprometimento dos nervos pelo DM).
Escolha o tipo de exercício físico
O portador de DM deverá realizar um EF aeróbico de baixo impacto: natação, caminhada e bicicleta ergométrica.Os EF de resistência (como musculação e ginástica localizada) têm efeito menor sobre redução do peso, mas ajudam a aumentar a massa magra, livre de gordura (músculo).Estes EF devem ser realizados com baixa carga, no entanto, deverão ser evitados em certos pacientes com retinopatia diabética .
– Pacientes com retinopatia diabética (doença da microcirculação da retina): sempre devem ser cuidadosamente avaliados antes de iniciar um programa de EF.Certos EF que elevam muito a pressão arterial, musculação, esportes competitivos e de impacto acarretam riscos significativos em portadores de retinopatia diabética.
– Pacientes com neuropatia diabética (acometimento dos nervos) em membros inferiores: evitar esteira, caminadas prolongadas , corridas e “step” (facilitam o aparecimento do pé diabético).
Procure ter uma regularidade na prática dos exercícios físicos
O ideal é que o diabético faça um EF pelo menos de 3 a 5 vezes por semana (5 vezes por semana é o correto para o diabético que quer emagrecer).Inicie com cerca de 2,5 horas por semana e tente atingir cerca de 3,5 a 5 horas por semana.O horário ideal para a prática do EF será aquele em que você consegue obter uma maior regularidade. A prática de exercícios pela manhã poderá ser perigosa em diabéticos que não foram avaliados corretamente e/ou não estão seguindo as orientações médicas.
Divida corretamente o tempo de cada sessão de exercício físico
A sessão de EF ideal deve ter cerca de 60 minutos. A sessão deve ser subdividida em um período de aquecimento (cerca de 5 minutos), seguido por um período específico de EF aeróbico de 30 a 45 minutos. Muitos diabéticos necessitam iniciar o período de exercício aeróbico com uma duração pequena, como por exemplo, 5 a 10 minutos, com um incremento 1 a 2 minutos a cada semana.
Não exagere na intensidade do exercício físico
A intensidade do EF deve ser preferencialmente obtida através do teste de esforço ou ergoespirometria .Com base nestes exames, a intensidade do EF, chamada frequência cardíaca do exercício (FCE), deverá ser 50 a 70% da frequência cardíaca de reserva.Esta FCE poderá ser constatada na sessão de EF através da palpação do pulso carotídeo ou com a utilização de um frequêncímetro (monitor cardíaco ). A FCE é calculada levando em conta a frequência de repouso, ou seja, o antes de iniciar o teste de esforço (exemplo: 80 batimentos por minutos) e frequência cardíaca máxima, obtida no pico de esforço (exemplo: 172 batimentos por minuto). Usa a seguinte fórmula (neste exemplo usaremos cerca de 60% da frequência cardíaca de reserva):
FCE = FC máxima – FC repouso X % + FC repouso
FCE = 172 – 80 X 0,6 X + 80
FCE = 132, 2 batimentos por minuto ( 125 – 135 batimentos por minuto ).
Cuidados com o pé diabético
Este nome é dado as alterações sensitivas e circulatórias que acometem os pés de pacientes com diabete melito( DM ), principalmente nos homens com mais de 10 anos de doença. Podem aparecer lesões, úlceras, infecções e, em casos extremos, a necessidade de uma amputação. Deve ser realizado o exame do pé, pelo menos 1 vez ao ano, para avaliar sua sensibilidade e irrigação sangüínea. Cuidados: calçados confortáveis, tratar calos com podólogos, tratar micoses nas unhas, hidratar a pele e confecção de calçados adaptados em pacientes com deformidades ósseas.
Cuidados com a hipoglicemia
Em portadores de DM tipo 1 (dependente de insulina), deve-se realizar a glicemia capilar antes e depois da sessão de EF.Não realizar EF caso a glicemia seja superior a 250 – 300 mg%. Ingerir carboidrato caso a glicemia seja inferior a 100mg%. Alimentos com açúcar devem estar disponíveis para utilização imediata durante e após a sessão de EF.
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